BIGBANG ARCHIVES

***** OS MELHORES TEXTOS - CLÁSSICOS DO SÉCULO XXI - NOVO PARADIGMA - A TESE PÓSTUMA - ESPÓLIO DO GATO(CATÁLOGO)*****

Saturday, March 24, 2007

BREVIÁRIOS 1991

1-1- tabus1

O REALISMO ECOLÓGICO DEFINE-SE FACE A OUTRAS CORRENTES DO AMBIENTE

26/3/1991 - As questões difíceis, impopulares ou tabu, os problemas que ninguém põe, com medo do sistema , à esquerda e à direita, a leste e a oeste, as teses de investigação incómodas que ninguém se atreve a formular porque vão contra a ordem estabelecida e os interesses criados, aí é o campo do realismo ecológico.
O realismo ecológico pouco tem a ver, portanto, com as questões postas por conservacionistas, ambientologistas, mesologistas, políticos do ambiente, engenheiros do ambiente, ecotecnocratas, enfim, por moderados, reformistas e oportunistas do ambiente, que não pretendem mudar o sistema (que vive de ir matando os ecossistemas) mas ganhar dinheiro com a poluição que o sistema segrega como o pilrito dá pilriteiros.
Se a ecologia lida estruturalmente com os ecossistemas, ela põe e terá de pôr em causa, sob pena de negar o nome , o sistema que estruturalmente e sistematicamente destroi os ecossistemas.
Este é o pressuposto fundamental inamovível de um realismo ecológico que proponha demarcar-se das contrafacções aparecidas em nome da ecologia, quando pouco ou nada, vistas bem as coisas, tem a ver com ela.

PERIGO 1991

1-1 - 91-03-26-ah> ecologia humana - quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2003-novo word - silenc> manifesto político pelos ecodireitos do cidadão> -1897 caracteres

O DIREITO À SAÚDE NO CÓDIGO PENAL

26-3-1991

Os «crimes de perigo comum» previstos no novo Código Penal relacionam-se com a segurança quotidiana do cidadão, podendo o consumidor escudar-se com este texto legislativo fundamental que eventualmente o poderá defender, se entretanto não for esquecido e silenciado como tudo o que aponta para algum progresso a nossa democracia.
Especificando esses «crimes de perigo comum» em duas secções --a) incêndios, explosões, radiações e outros crimes de perigo comum; b) dos crimes contra a saúde -- o Código Penal de 1982 integrou na legislação portuguesa conceitos e factores que, inesperadamente, respeitam à «qualidade de vida» - tema que ainda há três décadas era novidade, passou a moda nos anos setenta/oitenta e agora, à porta do Mercado Único, são pura e simplesmente ignorados. Silenciados.
Considerado assim bastante «evoluído» no contexto jurídico europeu - por integrar conceitos e factores já com algumas décadas de história - o «Código Penal» (publicado no Diário da República, I série, em 23 de Setembro de 1982) anda ainda a ser estudado pelos técnicos da eurocracia, não tendo chegado à opinião pública naqueles capítulos e parágrafos que mais directamente a podiam interessar, na medida em que mexem com a nossa integridade física imediata.
De facto, o «Código Penal» é um dos textos jurídicos portugueses em que os direitos do cidadão foram minimamente lembrados. Significativo é que nove anos depois da sua publicação oficial, ninguém se lembre disso.
[Por conter matéria mais relacionada com os temas desta manifesto - os direitos ecológicos do cidadão - transcrevemos os artigos referentes à secção II do já referido capítulo III - «Dos crimes de Perigo Comum». São os artigos 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, guardados em fotocópia s.s. anexos ao computador]
***

CAPOEIRA 1981

1-2- os silêncios
EUCALIPTO HOJE, DESERTO AMANHÃ
O IMBRÓGLIO CELULÓSICO-FLORESTAL

  2-7-1976

 -A pirotragédia em 1981 (alusões contra Ribeiro Teles)
-Arboricídio
-Eucaliptomania
-Secas e torrentes
-Incêndios e pirómanos
-«Eucaliptos: a fome que se planta e cresce depressa»
-Fogos 1979 - Pirómanos somos nós todos, culpados dos incêndios são os ecologistas

LEGENDAS PARA FOTOS DE REPORTAGENS QUE FICARAM INÉDITAS

-Cultura extreme e monolítica, o eucalipto prefigura nas grandes massas de plantação o futuro (próximo) deserto
-A verdade é que para alimentar os vários centros de produção celulósica (pasta de papel) a Portucel precisa de cada vez mais eucaliptos: são sempre poucos para as necessidades que a exportação da pasta impõe. Mas a factura ecológica serão as futuras gerações a pagá-la
-Outras espécies de árvores, só muito longe da serra conseguem desenvolver-se
-Com a falta de comida por toda a serra, os gaios, perdizes, lebres e coelhos que ainda vivem, caem em cima de qualquer hortejo que ainda teime em vicejar e dizimam-no
-Todas as formas de vida fogem dos eucaliptos. E na serra d'Ossa foram plantados «apenas» 11 milhões
-O convento dos monges paulistanos testemunha, na Serra de Ossa, uma das presenças humanas que ali deixaram marca mais prolongada e original

ONTEM A FLORESTA, AMANHÃ O DESERTO: E HOJE?

-Enquanto a floresta recua, o deserto avança
-Bacia do Mondego, Nordeste Transmontano e Serra Algarvia: astrês zonas mais erosionadas do País, tradicionalmente
-Árvores de protecção mais ameaçadas em Portugal. azinheira e sobreiro
-Glória e morte da Oliveira
-Depois dos incêndios, os eucaliptos; de ano para ano, o pinheiro recua enquanto o euclipto alastra;
-Nos bastidores dos incêndios
-A floresta na conservação do solo e da água: um importante livro dop Prof Gomes Guerreiro
-AA Azevedo Gomes, outro silvicultor que importa entrevistar sobre planeamento florestal
-Dois hectares de xisto transformados em jardim; entrevista com o pequeno agricultor Francisco Sampedro, de Velada (Nisa)
-Pinhais de Barcouço: a primeira cooperativa de pequenos agricultores

SERRA DE OSSA:POLARIZAR A LUTA

No campo das conjecturas, admite-se que outro foco de contestação popular possa nascer, convergente da luta contra as celuloses

MODERNIDADE 1961

1-3- habermas-1-ls> terça-feira, 24 de Dezembro de 2002-scan – errâncias ac da razão

DESPERDÍCIOS FILOSÓFICOS - PARA QUE SERVE A MODERNIDADE? (*)

(*) Este texto de Afonso Cautela, 5 estrelas e meia, foi publicado, com grande escândalo do próprio, em «Livros na Mão», «A Capital», 26-3-1991


[26-3-1991, in «A Capital»] - Um pouco mais de azul e o «Discurso Filosófico da Modernidade, de Jurgen Habermas (1), seria asa. Se explicar fosse, para ele, como era, por exemplo, para os filósofos taoístas, simplificar em vez de complicar, quem sabe se não íamos todos para a cama mais cedo e com a digestão mais bem feita Se a modernidade não melhora sequer o metabolismo, para que serve a modernidade?

Um pouco menos de complicação técnica e o ensaio que Habermas dedica a Georges Bataille, nomeadamente ao livro deste, A Parte Maldita, verdadeiro manifesto contra a cultura ocidental e seu fraco poder de encaixe, constituiria o abrir de uma porta possível no muro de Berlim que ele teima em designar por modernidade. Se modernidade é (fosse) alcançar o essencial em detrimento do acessório, então Habermas estaria próximo de uma definição ideal quando analisa Bataille, no capítulo desta obra intitulado «Entre Erotismo e Economia Geral».

Economia., com efeito, era a palavra que continuava a faltar em todos os discursos sobre a modernidade: segundo o filósofo de Frankfurt, a explicação antropológica que Bataille faz do «heterogéneo enquanto parte maldita» rompe com «todas as figuras dialécticas do pensamento», o que, segundo ele, suscitaria uma questão: saber como é que Bataille pretende explicar a passagem revolucionária de uma sociedade enregelada e completamente reificada para uma renovação da soberania.»
Segundo escreve, logo a seguir, «o projecto de uma economia geral alargada até à economia energética da natureza no seu conjunto, pode ser entendido como uma resposta a esta questão. Resposta que - digo eu - vinha a ser largamente dada por todas as correntes posteriores ao surrealismo e ao existencialismo, correntes que, da antropologia estrutural à análise energética, colocaram no centro da questão a dialéctica homem/natureza, ou, em termos tradicionais, microcosmo/macrocosmo.

AUTOBIOGRAFIA 1960

1-4-60-03-26-sa> selecção autobiográfica ac - o livro do desassossego em reedição – errâncias ac da razão

IDES A TEMPO?

Lucidamente procuro a companhia dos loucos e das crianças, dos magos e primitivos, dos poetas e imaginativos.

Ferreira do Alentejo, 26 de Março de 1960

As poucas horas que me restam são para fechar portas, olhos e ouvidos, calar-me, calar a lembrança de todas as mentiras, fechar e rasgar os livros. Não durmo, não penso, não bole uma folha no mais íntimo de mim. Quietude.

Porque eu caí na armadilha da vossa “felicidade a longo prazo’. Para se distinguir do animal, ente do in-mediato, o ente humano criou a cultura ou mediateidade. Caí também na armadilha da cultura, na esparrela, na curva diabólica e parabólica que nunca mais retorna à origem, ao núcleo. O ente humano é superior ao ente irracional...

Exilastes o sagrado, ficou o osso do profano. Exterminastes o sobrenatural, deixastes o natural. Mas soubestes vós, substituir o que exterminastes? Construir o que destruístes?

Felicidade para depois de amanhã? E eu, vou aceitar a vos­sa felicidade, felicidade que talhastes para mim com forma de mortalha? E quando, para quando é essa felicidade? Mudos deuses os do vosso Olimpo, parca dialéctica a das vossa parcas, silenciosa a vossa sofistica, agora que formulo perguntas.

Pois bem: vou formulá-las a outros oráculos. Aos oráculos de Delfos, às pitonisas, aos magos da Média, às lendas celtas e escandinavas, aos vedas do Industão, aos médiuns espíritas, aos criadores de religiões, a Zoroastro e a Prometeu, a Orfeu e Apolo, à escrita ideográfica dos aztecas, a Buda e a Confúcio, a Hermes e a Paracelso, a Homero e a Gandhi, aos taumaturgos e profetas, a Kardec e a Papus, a Strindberg e a Jarrv, enfim, aos animais, aos irracionais, aos gafados da inteligência, ao refugo da sociedade ocidental, culta e civilizada, metafísica e industrial, dolarizada e militarizada até aos dentes.

Aos animais, aos tais do imediato, os que não se socorrem dos medianeiros, sacerdotes laicos da nossa civilização, cada um com sua receita para a maleita de cada um. Aqueles que por si só encontraram a ponta principal ou primordial da meada, os que não andaram à procura dela, através dos templos e sinagogas da sabedoria (escolas, liceus, universidades).

Sim, sou o que procurou os da cultura livre, religiosamente livres na floresta de enganos da vossa cultura, fossilizada, morta, inerte, cristalizada, hipócrita. Não sei se vedes, é simples a minha des­coberta, uma lapalissiana descoberta, mas deixem-me, com a minha ignorância e os meus ignorantes, com as lendas do meu povo e dos povos do mundo, com as superstições, com todos os sinais da sua animalidade, do seu primitivismo, da imediateidade com o sobrenatural.
Prefiro estes supersticiosos às vossas superstições, quero entender-me com os sacerdotes do sobrenatural e não com os bispos, papas , imperadores do natural. Quero a minha reviravolta em vez das voltas macabras da vossa danação. Agora que já nada tenho a dar nem a receber do grande processo do progresso racionalista, vou voltar-me do avesso a ver se me vejo, a tempo, a ver se me encontro, se fico face a face com a realidade, sem a interposição das vossas metafísicas, sem a intermediação dos vossos metafísicos.

Não vivo por procuração. E comer da vossa cultura é comer por procuração.

Vou reconstituir o vosso puzzlle. Vede, vou converter-me. Autodidacta, ocioso, desempregado, burguês, individualista, reaccionário, - só podia dar nisto, em “convertido» Vós, os metafísicos, ireis dizer que me converti. Mas sabeis vós ao que me converti, depois de conhecer as vossas metafísicas, as vossas mística sociais e “espirituais”, as vossas religiões de Estado e religiões de Igreja, as vos­sas superstições de civilizados, sabeis vós ao que me converti? Sabeis vós?

No meio dos vossos ídolos, deuses, dos vossos Mussolini e dos vossos Péron, dos vossos seminários e das vossas sofias, dos vossos deuses-sputniks, dos vossos deuses-canhões, dos vossos deuses-armas atómicas, dos vossos deuses-socialismo, das vossas ismo-manias, da vossa cambolhada de deuses e deusas, ídolos e sub-ídolos, do vosso sobrenatural de lata, do vosso metafísico do físico, sabei que me converti.

E sei eu que me ides, a mim, chamar metafísico, retrógrado, adorador do sobrenatural, eu, que me estou nas tintas para as vossas metafísicas e men­tiras, deuses e deusas, porque - reparai - só o animal inteligente que sois todos precisa de mediadores - eu, animal imediato não preciso de mediações. Por isso não necessito dos deuses que a vossa cultura inventou, está inventando e continuará a inventar, enquanto for cultura e vós homens cultos.

Sabei, pois, de uma vez por todas, que me não converti a nenhuma religião, a nenhuma ideologia-deus, a nenhum Marx-deus, a nenhum sptunik-deus, a nenhuma confissão religiosa, a nenhuma tenda política, a nenhum asilo ideológico, a nenhum hospício de alienados, a nenhuma cela conventual, a nenhuma cabala mágica, a nenhuma ciência oculta, a nenhuma das vossas semi-soluções. Sabei que não fui um “espírito fraco” submetido à religião. Grito e repito que místicos sereis vós, mais as vossas mentiras científicas, técnicas, políticas. Fui apenas um mamífero na escala zoológica e um mamífero não tem ideologia, metafísica ou religião. Converti-me a mamífero, eis tudo.

Não sou nenhum espírito fraco a quem, perto da morte, consola ouvir falar na imortalidade da alma. Quero é denunciar a vossa comédia, a vossa farsa. Da imortalidade da alma, percebem os poetas, não percebeis vós, cépticos gnósticos e agnósticos de crendices.

Olhai, senhores da razão, autores de romances realistas sem ficção nenhuma, sem invenção nem imaginação, sem magia primitiva, sem mentalidade pré-lógica, olhai, lógicos de todas as lógicas, da formal à matemática, da lógica à logís­tica, e da logística à lógica poética ou simbólica (também os há, venerandos), olhai, promotores da felicidade universal, educadores e teóricos da juventu­de, donos dos filhos dos outros que começais por moldar e desistis a meio, olhai, profetas da esperança individual formulada por cada um de vós e deter­minada objectiva para todos os tempos e lugares, raças e línguas, idades e situações, olhai, experimentalistas, positivistas, espíritos rigorosos e su­btis, autores de todos os livros e de toda a sapiência e de toda a sabedoria, autores de toda a civilização e de toda a cultura exotérica, vulgarizadores, cérebros prodigiosos e infalíveis, papas de mil e uma religiões, olhai: eu admirei-vos, estudei os vossos livros (v. Espaço Mortal), ceguei com as vossas doutrinas, empapei-me das vossas ideologias, teologias, tautologias, abismei-me nos vossos segredos, mas hoje sinto-me ignorante e incapaz perante o que li, vi, conheci. Mais perplexo do que no princípio, desconfio. Cépticos e niilistas nada há comparado a esta inutilidade a que me conduzistes. Porquê? Insuficiência minha? Insuficiência estrutural da espécie a que per­tencemos, eu e vós? Insuficiência vossa?
Não sei nem interessa. Vejo-me sem interesse e vejo-vos sem interes­se. Apenas a dúvida ficou. Não quero, não posso, não sei, não devo acreditar.

Se mergulho nas teosofias e ocultismos, nas práticas mágicas, nas ideias não cartesianas, nos obscurantismos e hermetismos, não me considero por isso fútil ou charlatão. Charlatães me parecem vós, em quem acreditei e que apenas me deixastes de herança a descrença.

É lúcido que vou para a não lucidez, que prefiro a não lucidez. Lucidamente procuro a companhia dos loucos e das crianças, dos magos e primitivos, dos poetas e imaginativos.
Sim, porque foi a imaginação o que vós me roubastes. (Tarde talvez para a reconquistar. Mas tentarei.). A imaginação que permite reconstruir-me a partir do caos. Não quero doutrina de ninguém nem a minha. Quero apenas solucionar-me, aquilo de que nunca cuidastes, vós que propusestes soluções universais para toda a gente. E ninguém se sentiu solucionado por vós.

Dispenso o património cultural, o pedregulho de Sísifo que me esmaga. Não quero aceitar nem fundar mais sistemas, filosofemas, teoremas, aldrabisses. Depois de tanto saberdes da natureza física, de tanto prometerdes ao homem, nada sei de mim, nada os outros sabem de si de cada um de si. Quem decide do meu destino concreto? Eu, apenas eu. Porque me ludibriastes? Porque me ”deseducastes”, porque me prometestes a lua?

A órbita da técnica científica continua a caminhar para o infinito e os iludidos “magos’ da época prometendo a “felicidade” para daí a dias. Calai-vos, que mentis. Exausto e vazio, sei que estou aquém de mim e de todo o progresso que vai para além de mim. Pensastes em dominar a natureza mas a natureza agora revolta-se também, o feitiço volta-se contra o feiticeiro e promete-se, em vez da felicidade, o fim, o suicídio colectivo da espécie. Sabei que suicídio só me interessa o meu, o que cometer às minhas próprias mãos. Não admito a última das indignidades: morrer às mãos dos vossos engenhos diabólicos. Antes a morte que tal sorte. Parece que é tarde para todos. Mas para vós, os iludidos e os que teimais em iludir-nos, mais tarde ainda. A ciência também vos não resolveu. Apenas o barulho dos astros vos distraiu, vos embriagou - para não pensardes no que interessava.

Não importa que o caminho seja errado, tão errado como o que seguia atrás de vós. Mas procurá-lo-ei nas criações oníricas e de vigília da criança, do poeta, do louco e nevrótico, do primitivo e do místico. Eu próprio tentarei reconstituir em mim esses estados, ainda que pague com eles a vida, a vida que afinal entreguei, na sua melhor parte, à vossa voracidade, donos e senhores da minha juventude.

Repito: não sou charlatão, sei que por onde vou e sei porque vou. Conheço o descrédito em que a vossa ciência colocou as ciências ocultas e espíritas, a imaginação e o maravilhoso, as lendas e o fantástico. Por isso mesmo me seduzem, porque vós os desacreditastes, sinal certo da sua valia. Vós próprios já tentais devassar os domínios onde a vossa razão se reacredite e ‘amplie’. Elástica, a vossa razão. (Eu próprio estou a usá-la, não me esqueço nem vós o esqueceis). Pois que seja, que se vire contra si própria, que se meça, que pratique o acto de contrição.

Eu sei que vós ides também proceder a uma ‘revisão”, com vossos óculos prospectivos, do ocultismo, da magia, da cabala, da mitologia e do misticismo. Ao menos, sabeis que por aí ides às ciências humanas. Finalmente, chegastes ao limiar das vossas promessas irrealizadas. E agora é que é - dizeis. Esperai só mais uns aninhos e dar-vos-emos o sistema educativo acabadinho que substitua com vantagem o yoga, ginástica e técnica elementar, simples, axiomática pronta a resolver a inquietação do homem. Só agora reconhecestes que a civilização não fez mais do que barbarizar-nos. Ides a tempo?♥

Friday, March 23, 2007

ORTOMOLECULAR 2007

1-4-esquizo1- sexta-feira, 23 de Março de 2007

O QUE A CIÊNCIA DIZ SABER

Do pouco que a  ciência médica diz saber sobre aquilo a que chama «esquizofrenia» - um sindroma mais do que uma doença - anotamos alguns apontamentos que poderão ser mais relevantes para a visão ortomolecular do mesmo problema.
Os sucessivos fracassos que a ciência médica vai averbando com a sua lógica sintomatológica aplicada a problemas que só podem ter uma explicação energética global, torna mais urgente do que nunca que uma visão e análise vibratória do problema.
Se a esquizofrenia - como tantas outras doenças ditas psíquicas ou mentais - é fundamentalmente uma questão de frequência vibratória e, portanto, uma questão de fundo molecular, é por este caminho que a investigação terá que progredir, em vez de mastigar em seco e de esgravatar no fundo sem encontrar nada.

ø Atribuir as doenças a distúrbios genéticos é uma moda recente do discurso médico, veiculado por revistas famosas como a «Nature», mas que nada tem a ver com a verdadeira lógica ortomolecular.
A «origem genética da esquizofrenia» pode ser, assim, uma descoberta que nada explica exactamente porque, num certo sentido, toda a doença é genética. Toda a doença é hereditária. Toda a doença ocasiona ou é ocasionada por um distúrbio da informação intermolecular.

ø Segundo a revista britânica «Nature», após exames exaustivos da árvore genealógica de duas famílias com alto nível de incidência da doença nos seus membros, indicou-se como possível causa de pelo menos um dos tipos de esquizofrenia, a presença de um gene ou grupo de genes defeituosos no cromossoma cinco.
Outro estudo, de investigadores da Universidade de British Columbia, mostrou a associação de dois casos de esquizofrenia com uma duplicação anormal de uma porção do cromossoma cinco.

ø Conforme informava a revista científica internacional «Lancet», em Julho de 1987, médicos belgas abrem uma nova pista na luta contra o gene responsável pela depressão.
O prof Julien Mendlewicz e a sua equipa de clínicos psiquiátricos de Albrecht, divulgaram os resultados de um inquérito efectuado ao longo de 3 anos. Para eles, o fundamento da doença psicológica encontra-se no cromossoma sexual X. Eles conseguem mesmo situar o gene culpado: situa-se perto dos genes responsáveis pela hemofilia.

Afirmam outros que a maníaco-depressão é uma doença hereditária (todas as doenças, até ver, são hereditárias...).
Investigadores norte-americanos pretendem ter demonstrado que no Amish, uma seita do estado da Pensilvania, onde se vive à semelhança do século XVII, a depressão entre parentes transmite-se através do cromossoma II.

A ciência costuma sempre, nestes casos, afirmar que «é apenas uma etapa» e que «resta ainda muito trabalho a fazer».
É preciso, por exemplo, isolar o gene suspeito, analisá-lo e descobrir a substância, cujo fabrico ele comanda.
Segundo o Pr. Mendlewicz, esse gene «poderia produzir uma enzima, a monoaminoxidase, produto que intervém na degradação dos neurotransmissores. Essas substâncias veiculam as mensagens entre duas células nervosas».

Por seu lado, os médicos norte-americanos, pensam que o gene dos Amish deverá intervir, ao contrário, na síntese dos neurotransmissores.

Americanos e holandeses continuam empenhados em não ligar as mensagens que vão produzindo. É a própria ciência médica que se patenteia nesta corrente organicista: falam de factores decisivos, à luz da lógica ortomolecular, como é a substância que veicula as mensagens entre duas células nervosas: mas todo o problema em todas as doenças é esse, o da intercomunicação celular.

E se a comunicação intercelular se faz pelos metais presentes na heterocromatina constitutiva como demonstrou Etienne Guillé, quem precisa mesmo de se curar da sua esquizofrenia crónica são os eminentes especialistas em psiquiatria.

ø A tese da origem genética da esquizofrenia apresenta-se assim como uma tentativa mais, a juntar a tantas outras, de diagnosticar e tratar uma doença, sobre a qual a conclusão é sempre a mesma: a investigação, recente e mais antiga, organicista ou psico-social, não oferece possibilidade imediata de diagnóstico e tratamento.
Genericamente, a esquizofrenia continua a ser considerada pelos especialistas um conjunto de doenças que produzem sintomas parecidos. E pouco mais. A psiquiatria tem que se disgnosticar a si mesma.


ø Nos hospitais psiquiátricos dos EUA, um admitido em cada cinco é esquizofrénico. Estes números foram revelados em Janeiro de 1968. Os doentes formam sessenta por cento dos internados.
Mas também para os especialistas norte-americanos, a origem e tratamento desta doença mental são desconhecidos.
Caracterizando-se pela incapacidade de adaptação, o esquizofrénico é geralmente tímido, medroso, desconfiado e insatisfeito. Reservado e asocial, procura muitas vezes na leitura um substituto para as relações humanas que se recusa a ter. Algumas vezes, despersonaliza-se e torna-se observador dos seus próprios gestos e reacções.

ø Falando da sintomatologia, é de notar que os alucinogénicos como a mescalina, provocam no homem sintomas análogos à esquizofrenia. A urina dos esquizofrénicos contém uma substância aparentada da mescalina, sendo os dois produtos derivados da adrenalina segregada pelo organismo.
Chegou a ser considerada - mas logo abandonada - a hipótese de que a esquizofrenia seria devida a uma degradação anormal da adrenalina.
Há anos, isolou-se no sangue dos esquizofrénicos uma substância chamada taraxeína. A injecção desta substância provoca perturbações semelhantes à esquizofrenia.

ø Durante experiências realizadas com culturas de cérebro provenientes de esquizofrénicos, isolaram-se anticorpos específicos do cérebro (12 culturas em 14), o que nunca sucedeu com indivíduos sãos. Emitiu-se então a hipótese: o doente segregaria substâncias que atacariam o próprio cérebro, assim como segrega outras para destruir os corpos estranhos.

ø Em ambas as experiências, é a tentativa, dominante nos anos 60, para explicar a esquizofrenia em termos bioquímicos e fisiológicos.

Para os comportamentalistas, entretanto, mais perto de uma concepção causal e ecológica, a cura da esquizofrenia seria de ordem social, atendendo à característica autista da doença.
Considerada, por alguns, sinónimo de doença maníaco-depressiva, houve especialistas que atribuíram mesmo ao isolamento hospitalar do doente o agravamento da doença.
Neurologistas britânicos, holandeses e suecos, em uníssono, proclamaram que o desenrolar da esquizofrenia se deve ao isolamento e não à doença.
As pessoas com défices psíquicos têm que superar um número maior de problemas do quotidiano, do que os seus semelhantes psiquicamente mais robustos. Segundo esta tese, as dificuldades é que transformam, muitas vezes, uma deficiência numa enfermidade.
Nesta linha de ecologia humana, o professor Hans Hippius, professor de Psiquiatria de Munique, sublinhou, em Novembro de 1972, que nos males psiquiátricos sempre co-actuam inclinações individuais, experiências vividas, ambiente social e certos factores patológicos, também nas chamadas psicoses endógenas, portanto nos casos de depressões maníacas ou esquizofrénicas.
Segundo o grau de influência destes factores, o tratamento das psicoses endógenas inclui medidas tanto físicas (medicamentosas), como também psicoterápicas e, sobretudo, medidas sócio terapêuticas.
O trabalho ainda seria, para os psiquiatras alemães, o melhor remédio para os esquizofrénicos...
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Thursday, March 22, 2007

ALARMISMOS 1980

1-4-terror-1> os dossiês do silêncio

TERROR E SUSPENSE EM SESSÕES CONTÍNUAS O AMANHECER DOS VAMPIROS (*)

(*) Publicado no jornal «A Capital», (Crónica do Planeta Terra), 23/3/1980


23/3/1980 - Os grandes dirigentes do Mundo aprenderam com Alfredo Hitchcock, mestre do "suspense", autor de tantos filmes de sucesso que nos fizeram roer a unha até ao sabugo.
Mas o mestre hoje está ultrapassado. As duas superpotências , pelo menos, reafirmam diariamente o seu gosto pelo folhetim de suspense, em que nenhum ingrediente falta.
Quando vejo anunciada fita de Frankenstein, herói da minha infância, já não vou: tenho agora melhor e mais barato, basta ligar Rádio ou TV, basta abrir jornal e o Drácula de caninos pontiagudos surge, em catadupa, no écran, na tele-foto, no tele-filme.
Terror, pois, tenha àvondo com este, quotidiano, escuso de mais peripécias e desastres em estereofonia 60mm.

SESSÃO CONTÍNUA

Fanfarronadas entre grandes potências não cessam, ameaças vão em escalada. Guerra que se veja com mísseis balísticos, porém, estamos à espera. Muita parra e pouca uva, casa daqui, descasa dacoli.
E o filme de "suspense" corre em sessão contínua. Elas andam nisto há qu'anos Todos os dias começa a guerra - terceira e última. Mas nem o pai morre, nem a gente almoça.
Todos os dias vai gente para campos de treino (e concentração). Todos os dias jornais necessitam manchete de 1ª página e agências noticiosas quando não há notícias, inventam.
Qual é, então, o papel do civil nesta brincadeira, neste jogo de vampiros, abutres, chacais e frankensteins, nesta película a cores de sub-Hitchcocks com gripe?

O COMPUTADOR DAS COSTAS LARGAS

Em 8 de Novembro do ano passado, a piada do "falso alarme nuclear", dada por computador, foi tomada a sério mesmo por jornais que não gostam nunca de brincar. Foi considerada, por alguns de má memória, facto sucedido pela 1ª vez.
Mentira.
Recorde-se que as agências noticiosas davam pormenores: o "alerta antecipado" teria provocado a descolagem de 10 caças interceptores, antes que o Pentágono apurasse que o alarme era falso...
Moral deste (mais um) filme de suspense: a fita deu-se, telexs telexaram para que todo a Mundo soubesse que caças descolam da base. E que, tão lépidos, nem sequer dão tempo à malta de escavar os tais abrigos subterrâneos, modelo made in China, URSS ou EUA.
Como a 8 de Novembro se estava no auge da crise dos reféns (outra fita que Hitchcock não precisou rodar) o Pentágono esclarecia que "incidente do computador (avariado) dando alarme falso, era mera coincidência e não tinha nada a ver com reféns... "Qualquer semelhança com figuras da vida real..." - dizem as fitas, no genérico.

ARQUIVOS ACUSAM

Convém lembrar que computador "avaria" sempre que coexistência pacífica esquenta. Recorrendo aos meus arquivos , não era difícil adivinhar em que outra data da história mundial recente a fita do computador embriagado se teria repetido.
Ligámos à crise de Cuba (circuito 8976-LM-.79), no mostrador aparece 1962 e a resposta veio, em segundos.
Dizia ela naquela voz aprendida do Jean Luc Godard (Alphaville)
1) Bernard Lovell, director do observatório de Jodrell Bank, revela em Fevereiro de 1968 (seis anos mais tarde) que um satélite soviético, explodindo em órbita durante a crise de Cuba (1962) fizera os computadores americanos acreditar num "ataque maciço de mísseis continentais".

2) Há alguns anos, o Pentágono recebeu ordem de alerta. O que era, o que não era, radares que cobrem linha de segurança dos E.U. acabavam de assinalar objecto que avançava sobre o País.
Parâmetros do "OVNI" foram comunicados aos computadores de serviço à caserna e a sua resposta veio, categórica: "Objecto detectado pelos feixes electrónicos dos radares é pura o simplesmente a lua..."

3) Em 20 de Fevereiro de 1970 foi dado falso alarme nuclear nos Estados Unidos, devido à distracção de um funcionário do Centro Nacional de Alerta, implantado na cidadela subterrânea (é mania) dos montes Cheyenne ( é etnocídío) do Colorado.
Milhões de americanos pensaram que acabara de rebentar a terceira guerra mundial. Tratava-se, afinal, de erro na manipulação de cartões perfurados....

Destas brincadeiras de computador, ou dos cérebros perfurados que lhe deram "vida", haveria mil lições a tirar. Por agora basta acentuar:
Em cada crise de Cuba, há sempre um computador para o mundo saber que, suspenso, só lhe resta obedecer aos impérios que da nossa vida e sobrevivência decidem;
A infalível tecnologia electrónica falha sempre que haja conveniência nisso e mesmo quando não seja conveniente;
A gente fia-se no computador a acorda...molhado;
A guerra, a dar-se, será como manda a honra da casa: científica.. Mal de nós se computador boceja ou tem qualquer desabafo fisiológico normal. Pode ser o Fim.

Sobre esta brincadeira toda de falsos alarmes que são verdadeiros (e vice-versa) quando convém acirrar a guerra de nervos, mais do que a quente, só resta rir;
A honrosa consolação que nos fica, quando a Humanidade for monte de estrume radioactivo, é que foi a mais alta e sofisticada tecnologia quem comandou operações. Ditosa humanidade que tais computadores tem e cérebros perfurados!

CONSTRUÇÃO ANTI-SÍSMICA

Em crónica passada, tentámos esboçar trabalho de construção (civil) de abrigos anti-atómicos. Construção anti-sísmica também é muito conveniente que venha seminário da UNESCO (OCDE ou CEE) ensinar português valente, pra gente praticar nos fins de semana em que eles brincam aos sismos das bombas deles.
A que iremos nós, hoje, brincar para passar o tempo, distrair das golpadas em que eles, incansáveis, dia a dia mergulham a Humanidade?
Meu jogo preferido é pensar. Peço desculpa, já sei que pensar é entre nós um caso perdido (crime de lesa Pátria), temos os que pensam por nós, exaustivamente, as 48 horas do dia, mas como não sei fazer mais nada, aguento. É como aqueles infelizes que só sabem trabalhar.
De maneira que me divirto, analisando este xadrez em que - dizem abalizados cronistas - as potências continuam "brincando com o fogo". "Fogo dos deuses", com certeza, só esse digno de que tais superimpotências
Mas - e é logo a 1ª coisa que, pensando, não dá pra entender - : se o Fim está por horas, com data marcada na agenda, a que propósito vemos continuar o delírio dos projectos para futuro? Se o Globo dá breve o bafo, porque nos andam a cantar os amanhãs que cantam e a chorar os amanhãs que choram? Porque gastam tanta saliva a dizer que Portugal há-de entrar, custe o que custar, no Mercado em 1983? Que frenética actividade vai por esta jaula de tecno-adivinhos e futurólogos e planistas (bruxos!) de médio-longo prazo, todos a gritar que vamos gastar milhões de megavátios, pelo que rápido é preciso, já, construir centrais nucleares, arrumadinhas à fronteira e claro, em anexo, com vinte assoalhadas, enormes e modernos hospitais para internar os milhões de cancerosos a mais devido à mais valia radioactiva?
Se da guerra ninguém escapa, nem os que carregam o botão fatal, porque andam papás a fazer conta bancária prós filhotes, políticos a dizer que vão salvar pátria finais década 80?

PENSAR E SOFRER...

Se no meio desta "sessão contínua" (Marx chamou-lhe alienação e meteram-lhe os manuscritos da juventude no baú) há bicho que pensa, tem que se interrogar sobre tão toscas, grotescas contradições em que este sistema mundial de correlação de forças entre Blocos - chamado Equilíbrio do Terror - é fértil.
Mas como não ganha nada em perguntar, porque ninguém dá conta das suas incoerências, só (nos) resta brincar, como dizem os ecologistas ao lançar a moda para a próxima Primavera: vai haver grande Festival a 22 e 23 de Março, palavra de ordem (e de honra): BRINCAR É PRECISO.
Mas ainda aqui pensar é doloroso (cronista sofre): porque vemos como esse slogan afinal, revela nosso medo, a lavagem ao cérebro a que, pelo menos desde Descartes, os "civilizados" ficaram sujeitos.
"Só nos resta brincar" é a versão profana pós-anarquista ("Deus morreu" disseram elas... ) do estribilho " Só nos resta rezar" que definia, outrora, a grande perplexidade religiosa face aos vários apocalipses que o Mundo já teve.
Devidamente ateu, o ecologista, hoje, como espectador lúcido da confusão da fusão nuclear, não se atreve a proclamar o slogan eterno "Só resta rezar" e substitui por "Só resta brincar". Vai dar ao mesmo. Acto sagrado por excelência, é quando Sua "Excelência a Criança Brinca”. Se ecologista conseguir a mesma pureza de alma e a mesma Alegria da Criança, pode dizer que brinca, porque está dizendo que reza. É a mesmíssima coisa!
E de facto, se eles premirem a botão da guerra, é o que resta. Rezar. Brincar. Pensar.
Cronista reza, brinca, pensa.

SÓ RESTA REZAR?

Tanta vez vai computador à fonte, que lá quebra a cantarinha.
E se a enfusa quebrar há que tomar medidas .
Segundo os técnicos em Protecção Civil e Defesa do Território, o pânico deve ser evitado. Qualquer dia, vai haver seminário da UNESCO „Como evitar o Pânico a Mascar Amendoim".
A população civil deve civicamente encontrar-se munida de "panómetros”, aparelhos da mais moderna tecnologia para medir o grau de medo que lhe provocará primeiro aviso de ataque atómico.
À falta de computador Geiger, pode ser utilizado termómetro, desses que medem febre em centígrados Fahreneit.
Técnicos da Protecção costumam advertir construtoras para deixar áreas desocupadas junto edificações industriais. Quando uma complexo (uma central nuclear) explode, convém que haja , pela menos, uns cem metros em redor de "zonas verdes" e muito ajardinadas,
Evacuação de eventuais sinistrados (pelo medo, claro, não pelas radiações) é constante nestes manuais que o civil deve ter sempre à mesa de cabeceira, por cima ou por baixo da Bíblia, procurando seguir instruções à risca.
Se contar até 10, evita pânico e as radiações afastam-se como por encanto.
Telefonar para as companhias de seguros (nacionalizadas, nossas) não adianta. Seguras que são, estas tranquilizadoras empresas, não fazem apólices nem para as centrais pacíficas nem para as bombas ainda mais pacíficas.
O melhor é o eleitor prevenido e que, portanto, vale por dois, munir-se de dois monitores, não vá um ficar-se no primeiro ataque a não ter sido previamente vacinado contra as radiações. A ciência prevê tudo e a medicina pensa muito a sério em lançar no mercado a vacina contra radiações.

Governo deve providenciar para que sejam fornecidos rádios portáteis a todas as famílias, que assim armadas poderão transmitir entre si os resultados do totobola e a chegada das primeiras nuvens de radioactividade. Podem mesmo apostar quem vai ficar mais irradiado que o vizinho. Aposta mútua desportiva.
Que diz a malta a isto? Temos ou não protectores?
Vale ou não a pena ser sangue de tanto vampiro que esvoaça, lábil, ao amanhecer? ...

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(*) Publicado no jornal «A Capital», (Crónica do Planeta Terra), 23/3/1980

Wednesday, March 21, 2007

SILÊNCIOS 1980

1-6 - 95-11-24-ah- ac dos projectos - domingo, 9 de Fevereiro de 2003-novo word - 9744 caracteres - ses-1-ses=silencios e silenciamentos

SILÊNCIOS & SILENCIAMENTOS

TEMAS DE NOTÍCIA EM 1980 (ACTUAIS EM 1995)

REGRESSOS AO PAÍS ESQUECIDO
24-11-1995
RECURSOS MINERAIS - A Shell só levará volfrâmio e estanho, a fazer fé no que se tornou público sobre o acordo entre esta multinacional e o Ministro da Indústria, Álvaro Barreto. Quartzo e produtos radioactivos excluem-se do contrato.
2.000 quilómetros quadrados (abrangendo os concelhos de Bragança, Vimioso, Miranda do Douro e Macedo de Cavaleiros ) ficam à disposição da empresa Shell que irá explorar os recursos minerais portugueses.
Tudo isto ou apenas isto foi público em 22/Julho/1980.
Quinze anos volvidos:
Onde está o projecto? Qual o balanço da actividade da Shell? Caducou? Esqueceu? Caiu no silêncio?
Ver semanário «Voz do Povo» e Cronologia AC (22/7/1980)


RECURSOS PETROLÍFEROS - A prospecção petrolífera tem acompanhado os anos subsequentes ao 25 de Abril, com quase tanta persistência e carinho como a senhora do FMI.
Os planos de prospecção inserem-se na vasta lista de «megalomanias» que, de Salazar a Guterres, temos estoicamente suportado e pago, com língua de palmo.
Em 12/Dezembro/1980, por exemplo, a Petrogal voltava à carga com a «prospecção sísmica das jazidas petrolíferas», que ela teima em descbrir: não poupa assim os concelhos de Torres Vedras, Arruda, Sobral, Alenquer, Vila Franca de Xira, Loures, Barreiro e Moita.
O País, ansioso, espera que alguém diga, 15 anos depois, como vão essas prospecções, pois também as pagou do seu bolso.
Continuam? Encontraram petróleo? Está no segredo dos deuses e das multinacionais? Foi só uma prospecção de interesse turístico? Quem guarda este dossier e quem superintende neste plano?


PLANO SIDERÚRGICO E DOURO NAVEGÁVEL - Outro plano grandioso de que nunca mais se disse uma palavra, embora a campanha estivesse no auge em 1980, foi o projecto do Douro navegável. A radioactividade provinda da futura central nuclear de Sayago, a 12 Km de Miranda do Douro, não constituiria nunca impedimento de que o Douro se tornasse navegável e muito menos o facto de o Plano Siderúrgico ter morrido na casca (ou não morreu? Para o bem e para o mal, que é feito do Plano Siderúrgico?).
Nesse ano, Moncorvo teimava e dizia que ia mandar, rio Douro abaixo, o minério de ferro. Segundo um colóquio do IST sobre o Plano Siderúrgico, as mais iminentes autoridades classificaram o projecto Douroviário como uma peluda ficção de cabecinhas louras/loucas.
Pelo silêncio de que tem sido rodeado, ou já está quase pronto para Guterres inaugurar, ou ainda nem sequer foi começado. O que também é notícia.
Adormeceu. Mas deixou acordados muitos portugueses, a gritaria que se fez em 1980 sobre o Douro e sua navegabilidade, plano que vinha na onda de um plano ainda mais vasto e que respeitava à febre chamada «vias rápidas». Com o cavaquismo, venceu o asfalto e o betão armado. Para o bem e para o mal, o betão.
Ver IR, Cronologia 1980 (inéditos e manuscritos de publicados)


INVENTÁRIO DE RECURSOS QUE SE VÃO PERDENDO - Nenhum silêncio é mais tumular do que aquele que se abate sobre os recursos naturais, físicos e humanos, que o chamado desenvolvimento vai destruindo.
Os IPR de 1980 versam, na sua maioria, essa dialéctica: os recursos vivos que vão sendo destruídos por obra e graça do buldozer do progresso.
Um artigo publicado in «Voz do Povo» e «A Capital», tentava inventariar alguns desses recursos em extinção/destruição:
O outro lado da prosperidade vitivinícola do Bombarral, por exemplo, chama-se Rio Real, esgoto pútrido e malcheiroso, incómodo para as populações.
A região de Setúbal, por outro lado, é apontada como exemplo do crescimento urbano e industrial, aquilo a que muitos chamam progresso e desenvolvimento: ora, todo este crescimento teve o alto preço em várias destruições que se podem patentear aos olhos da população:
a Serra da Arrábida roída pela exploração dos cimentos,
o peixe que fugiu do Rio Sado,
as ostras que desapareceram e eram uma pequena indústria local,
o Portinho da Arrábida que sucumbiu à urbanização selvagem;
as Praias do Sado, um mundo de sapais dantes fervilhante de vida, são hoje um pântano de onde ostras, outrora abundantes, desapareceram e onde ainda, apesar de escassas, se conseguem apanhar algumas minhocas;
as mondas químicas frequentes nos arrozais das margens até Alcácer do Sal, têm ocasionado mortandades maciças de peixes, sem falar dos que desapareceram devido à poluição lenta e insidiosa provocada por grandes unidades industriais de celulose, fermentos químicos, adubos, despejando águas para o Rio Sado.
Ninguém duvidava, por exemplo, que as indústrias de Celulose tinham sido um enorme progresso quando começaram a instalar-se: a outra face da prosperidade celulósica é hoje a tragédia ecológica curiosamente mais ignorada deste país: Portugal deve ser o país com maior densidade de eucaliptos plantados e, casos como o da Serra de Ossa - onde, após a plantação de 11 milhões desses «pepinos celulósicos» sumiu toda a água , toda a vida animal e vegetal, todo o povoamento humano e até toda uma antiquíssima herança arqueológica das mais ricas deste país - é apenas um dos mais dramáticos mas não o único.
Os eucaliptais, a água que eles bebem e as alterações que introduzem no ciclo hídrico em particular e no clima em geral, são assim a outra face da tal prosperidade celulósica. Mas não a única: a outra face, a da Poluição, salta bem à vista e ao cheiro:
na Fábrica de Cacia, que em 30 anos transformou o Vouga no rio mais poluído de Portugal
na Celulose do Tejo, em Vila Velha de Ródão, onde não poucas vezes a mortandade maciça de peixes assinala descargas de poluentes para lá dos limites da precaução
em Viana do Castelo, onde os emissários oceânicos apenas se limitam a transferir para mais longe das águas territoriais as descargas poluentes lançadas pelo Celnorte.
Ver o IPR de 13/12/1980, com inventário de vários casos a revisitar

O LITORAL DESDENTADO: UM RECURSO ESQUECIDO - Outro caso de alterações produzidas nos ecossistemas e portanto nos recursos naturais, verifica-se na costa e é exemplo flagrante na Figueira da Foz.
Construído na Barra da foz do Mondego um molhe que protegesse a saída para o mar de barcos de pesca, sempre em perigo por causa do assoreamento dessa barra, eis que, poucos anos volvidos, temos aí um dos fenómenos mais evidentes de desequilíbrio ecológico verificado no litoral português: enquanto o areal da Figueira de Foz, que já Ramalho Ortigão considerava a mais linda praia portuguesa, aumenta de ano para ano, ameaçando chegar ao Brasil, as praias imediatamente ao sul do molhe, como Leirosa, todos os anos vão ficando, a cada maré mais forte, com um bocado a menos, havendo sempre tragédia a lamentar nas invernias.
Mas o assoreamento da barra, que levou à construção do molhe, que por sua vez levou a todas estas alterações da linha do litoral, é apenas o terminus de uma série de problemas e erros acumulados ao longo de quilómetros e de séculos. Entre as muitas causas de assoreamento do Mondego, conta-se a desarborização que se pratica à doida nas encostas da sua margem; os problemas do assoreamento levaram, por sua vez, à grande obra de Hidráulica que em 1980 se chamava regularização do Baixo Mondego.
Onde está mais esse plano? Foi concretizado? Foi suspenso? Regularizou? Silenciou?

ÁGUA: O PREÇO A PAGAR PELA SOFISTICAÇÃO TECNOLÓGICA - No ano de todos os planos, 1980, notou-se mais uma campanha que depois, para o bem e para o mal, caiu no silêncio:
para o Urânio, o grito de guerra era: «lixiviação dos urânios pobres».
igualmente para as pirites, a palavra de guerra era: «tratamento em leito fluidizado».
Mas o preço a pagar, em ambos casos, por esse grande progresso da nossa economia, era , é e será em Água, recurso natural endógeno cada vez mais escasso.
O ano de 1979 foi de gritos de guerra para os carvões:
«A indústria da Alemanha Federal dispõe já da técnica para obter grandes quantidades de gasolina a partir do carvão.»
De que maneira uma tecnologia sofisticada aumenta na mesma proporção os riscos ambientais, nunca é dito. É silenciado.
Portanto, boa matéria de reportagem sobre os «silêncios que falam», continua a ser «as novas tecnologias ao serviço da economia e do progresso».
Ver IPR, Cronologia 5/7/1980

RELAÇÕES LUSO-ESPANHOLAS SEMPRE EM FOCO - No âmbito das relações luso-espanholas, há um episódio que persiste com a maior actualidade, mas que foi silenciado desde 1980.
Nesse ano, mais concretamente à volta de 6/Agosto/1980, desde a então Comissão Nacional do Ambiente, à Secretaria de Estado do (mesmo) Ambiente, passando pelo deputado Sousa Marques, do PCP, na AR (Janeiro de 1980), por um editorial de «O Diário» (5/ Setembro/1979) e por vários artigos de engenheiros e doutores, nomeadamente o Dr. Fernandes Forte e o eng. Frederico de Carvalho, também convictos nuclearistas de esquerda, era considerado «ingerência» nos negócios de Espanha toda e qualquer atitude portuguesa relativamente às 3 centrais nucleares espanholas que poluem ar e águas portugueses.
3 centrais de Espanha que , além do mais, despejam água quente para o Tejo, o Douro e o Guadiana.
Segundo todos esses peritos - que abrangem todas as cores do espectro político - as manifestações de protesto quer de autarquias, quer da União dos Sindicatos de Beja (onde está?) , quer da COLBA (União das Cooperativas Livres do Baixo Alentejo - onde está?) ocorridas em Agosto/Setembro de 1979, estariam a concorrer para um grave conflito diplomático com Espanha(???).
As centrais deixaram de poluir? A situação alterou-se? Está tudo na mesma ou pior? Contribuiria para um novo conflito diplomático perguntar aos espanhóis como nos vão indemnizar destes e de outros prejuízos? Há um tribunal europeu para estas coisas? Ou, a nível de UE, também o silêncio e os silenciamentos são a melhor política?
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SILÊNCIOS & SILENCIAMENTOS

TEMAS DE AMBIENTE, VIDA E ECOLOGIA HUMANA


CANADÁ CONTRA O «BAMG» DO CONCORDE - Em 6/8/1980, era noticiado de que uma lei canadiana proibia os voos supersónicos por cima do território nacional do Canadá.
Companhias como a Air France e a British Airways seriam obrigadas a alterar as suas rotas de voo, afastando-se das costas das duas províncias canadianas - Nova Escócia e Terra Nova - cujos habitantes, há anos, se queixavam, do «bang» incomodativo do «Concorde» sobre as suas cabeças e noites, não os deixando dormir, pondo-os nervosos...
Onde está o «Concorde»? Ainda mexe? Ainda incomoda os habitantes de Nova Escócia e da Terra Nova? O ministro canadiano cedeu ou mostrou firmeza? Qual a represália das duas companhias aéreas?

NASCER CADA VEZ MAIS DIFÍCIL - Para o «dossier maldito» das Bactérias-Antibióticos, mais um episódio: O misterioso vírus que em Agosto de 1980 foi detectado nas maternidades de Lisboa e que foi denunciado na imprensa.
Caiu no esquecimento ou no silêncio? Ou foi silenciado?
De facto, torna-se cada vez mais perigoso nascer em Portugal.
Para lá da esterilização voluntária,
da pílula cor-de-rosa,
do planeamento familiar e de todas as campanhas com ar de progressistas e libertadoras da mulher, falta apontar outros dois factores que desencorajam a fertilidade dos casais: não ter onde habitar e o estado tenebroso que as maternidades atingiram, constituindo mesmo este um caso à parte dentro do panorama também tenebroso dos hospitais em geral.
Ver IR, cronologia 1980 (21/8/1980)

VACINAR O TERCEIRO MUNDO QUE NÃO MERECE MAIS - Tema intrinsecamente relacionado com o anterior, o da vacinação em massa já em1/Dezembro/1980 dava que falar. O director adjunto da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) proclamava que os habitantes do Terceiro Mundo devem ter cada vez mais acesso a medicamentos e vacinas.
Quinze anos depois, quem vai relacionar esses «cuidados médicos intensivos» com o Vírus do Ebola no Zaire, por exemplo, ou mesmo com o Vírus da sida que se disse, anedoticamente, ter origem no macaco verde do centro africano?
O silêncio sobre as relações entre factos é outro silenciamento em que, jornais e jornalistas, colaboram de boa mente. A falta de memória para o que não interessa lembrar, dá uma grande ajuda.

TEMAS DO SAGRADO

ABORÍGENES CONTRA PROGRESSO - Há episódios exemplares na luta do progresso contra a civilização.
Em12/Agosto/1980, os aborígenes australianos resolveram opor-se à exploração petrolífera que lhes destruía o território e a fonte alimentar.
Segundo o título do jornal «O Dia» (12/8/1980) «superstição australiana embarga a prospecção de poços de petróleo».
De um lado, a Amax Petroleum Company que perfura tudo o que encontra
Do outro lado, os aborígenes do oeste australiano, os aborígenes da região de Noonkanbach (talvez o povo sobrevivente mais antigo do Planeta, herdeiro directo dos antigos deuses), os lagartos gigantes chamados grandes iguanas (iguais aos que existem na América Central, como lembra James Churchward no livro «O Continente Perdido de Mu»), os australianos brancos que apoiam a luta dos indígenas, os pastores protestantes e, enfim, os sindicalistas que também bloquearam o camião pesado que se preparava para as prospecções.
Para a nossa imprensa progressista, tudo isto eram «superstições» de supersticiosos que consideravam «sagrada» esta inóspita região australiana.
Na Austrália, em 12/8/1980, até os sindicalistas são contra a civilização e o progresso da Amax . São uns supersticiosos que ainda acreditam em «terras sagradas».Têm-nos é negros e no sítio.
Note-se que do ponto de vista estritamente alimentar, os gigantescos iguanas servem de alimento aos que vivem nesse remoto monte de Evian, a 3000 Km de Perth, onde está a sede do sindicato que apoiou e apoia a luta dos indígenas.
Uma história a redescobrir, esta dos aborígenes, contemporâneos dos outros aborígenes que fizeram as gravuras do vale do Côa?
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SILÊNCIOS & SILENCIAMENTOS

RECURSOS AGRÍCOLAS - FIGUEIRA E OLIVEIRA: ÁRVORES MALDITAS NA SERRA DE AIRE - Os recursos agrícolas estão impregnados de ideologia. Quando se proclama em relação a uma espécie que deve ser incentivada ou que deve ser arrancada, os argumentos invocados são (aparentemente) técnicos mas o fundo da motivação é ideológica. A soldo da CEE.
Oliveira, Figueira e Milho - eis 3 espécies na mira do Buldozer do «desenvolvimento», rumo à CEE, conforme a reportagem publicada no semanário «Voz do Povo», em 13/11/1980, sobre o Rio Almonda e a região da Serra de Aire.
Espécie concorrente porque mais industrial: o Tomate, a quem são dispensados todos os louvores e desvelos.
«Quando se quer pôr na lista negra uma cultura tradicional , enraizada, própria de um microclima português, secular e ecológica como a Figueira, nas faldas da Serra de Aire, o mecanismo da ideologia desenvolvimentista é clássico: Durante um ano cria-se escassez artificial (e para criar essa escassez, nada melhor do que congelar preços de modo a que os produtores se sintam desencorajados, não só na safra do ano seguinte mas na perspectiva a médio e longo prazo) , pensando eles (pequenos produtores) se vão ou não acabar com as «malditas figueiras» que «só lhes trazem prejuízo». Desde que o produtor esteja monopolizado por um único canal que lhe escoa o produto (neste caso do Figo, a todo-poderosa Administração Geral do Álcool que sucedeu à corporativa Junta Nacional do Vinho ), ou aceita o preço de miséria que lhe pagam, ou perde a produção, ou vai, de urgência, colocá-la em alambiques particulares, onde o Figo é destilado para aguardente ficando o bagaço para alimento de animais.
Daí que os porcos sejam também abundantes ao longo do rio Almonda.
Sob a monumental lavagem ao cérebro com vista à entrada de Portugal na CEE, até as populações agarradas à terra e às coisas da terra começam a desejar que se acabe com a Figueira, mas também com a Oliveira, com o Milho, com a Vinha, etc.
Na mesma reportagem do semanário «Voz do Povo», a «maldição da Oliveira» na Serra de Aire, está também contada em pormenor.
Porque não há-de ser contada, uma a uma, a história das espécies em vias de extinção por vontade da CEE e dos ideólogos ao serviço de?
Ver IR, Cronologia 1980 (diário de inéditos e manuscritos de publicados )

SOBREIRO E AZINHEIRA: MAIS DUAS ESPÉCIES NA MIRA DA CEE - Escrevia-se nessa reportagem no Almonda:
«Enquanto o coração se me oprimia de ouvir, aos próprios naturais da serra de Aire, «cobras e lagartos» contra o Olival, ia-me passando pela memória idênticas invectivas que, pelo meu querido Baixo Alentejo, ouvi contra o Sobreiro e a Azinheira, quando estávamos em pleno império da CUF que lançava então a grande ofensiva para a plantação maciça de Cártamo e Girassol. Os «montados» eram um empecilho. E até a peste suína africana se «inventou» para dizimar o Porco e acabar assim com a principal razão de ser desses montados: serem pouso e comida de grandes varas suínas».
***

RADIAÇÕES 1997

1-2 - 97-11-24-er> ecologia das radiações - sexta-feira, 7 de Março de 2003-novo word - 4992 bytes - isotopo1>

O CERCO DAS RI

Lisboa, 24/11/ 1997 - A protecção contra radiações ionizantes não é um assunto académico e muito menos um assunto adiável.
As radiações vieram para ficar (algumas ficam mesmo milhares de anos...). As radiações estão connosco, cercam-nos, bombardeiam-nos (em sentido literal), agem sobre o núcleo das nossas células, mudam a sua actividade eléctrica (alterando iões), os isótopos alojam-se nos centros endócrinos da sua predilecção.
Uma nova patologia, contemporânea do incremento das radiações ionizantes, está ainda por estudar, por conhecer e até por reconhecer. Muitas das doenças hoje dominantes podem ser causadas por radiações, sem que jamais alguém tenha suspeitado ou querido suspeitar disso.
Se formos ao dentista, é certo e sabido que não nos livramos de mais uma dosezinha de radiações, os raios X da radiografia.
Nunca se sabe, além disso - além da rotina radioactiva - quando as radiações ionizantes nos começam a chover em cima, vindas de algures trazidas pelos ventos benéficos...
Convém estar prevenido (?), se é que é possível prevenir um ataque de radiações, seja porque Chernobyl se repete e reactiva (de vez em quando aparecem notícias pouco tranquilizadoras), seja porque a central espanhola de Almaraz terá finalmente o seu acidente máximo (já tantas vezes ensaiado), seja porque, por via dos ventos internacionais, nunca se sabe quando chegam ao pé de nós emanações dos rebentamentos de bombas termonucleares subterrâneas que a França faz em Muroroa, a ex- URSS faz no Palatinsk, os EUA fazem no deserto do Nevada e a China, ao que parece, faz no Lopnor (?).
Aliás, todos os dias estamos submetidos a um verdadeiro bombardeamento de radiações ionizantes. Sem falar das naturais, que ainda assim a fisiologia humana tolera, temos como fontes de radiação ionizante, mais ou menos ao pé de nós, nada mais nada menos do que (de A a Z):
- Alimentos irradiados
- Aparelhos de Raios X nos consultórios médicos e dentários
- Aparelhos de radiodifusão (microondas)
- Aparelhos de TV ( microondas)
- Cobertores de cama eléctricos (radiação electromagnética - RE)
- Contentores c/ resíduos radioactivos (por terra, mar e ar)
- Écrãs catódicos de televisores e monitores
- Equipamentos de medicina nuclear
- Escapes radioactivos de testes nucleares subterrâneos
- Exames e tratamentos radiológicos
- Explosões atómicas
- Estações de rádio ( radiação electromagnética - RE)
- Fissão nuclear nos reactores (efluentes e resíduos)
- Fontes de água termal
- Fornos eléctricos (microondas )
- Frigoríficos
- Indústrias metalomecânicas e de soldadura
- Inspecção de raios X nos aeroportos
- Instalações de raios X
- Minas de urânio
- Navios de propulsão nuclear
- Oficinas de separação isotópica
- Lâmpadas fluorescentes
- Números luminosos em mostradores de relógios ( rádio mais sulfureto de zinco)
- Precipitações radioactivas de testes nucleares na atmosfera
- Preparação de combustíveis radioactivos
- Radares (microondas)
- Radiografia industrial: refinarias, centrais térmicas, etc.
- Radioscopia nos hospitais
- Radiofotografia
- Reactores nucleares em funcionamento
- Resíduos da fissão nuclear
- Satélites espaciais
- Submarinos nucleares
- Telefones celulares
- Etc

Este cerco justifica que o próximo número da «Beija-Flor» publique um dossiê de aproximação às radiações ionizantes e eventual ou possível profilaxia que poderá ser feita em relação aos isótopos que já temos e aos que nos querem acrescentar: estão neste caso os alimentos, que há muito já devemos estar a comer largamente irradiados sem que ninguém nos tenha dito nada.
***

SILENCIAMENTOS 1995

1-3-Irac- 1>=inéditos de ac revalidáveis

23-11-1995

Gabinete de Ideias

TEMAS DE REPORTAGEM S/ AMBIENTE E PLANEAMENTO

1 - Extermínio de gaivotas nas Berlengas - Autor da ideia: Humberto Rosa, presidente da Associação de Biólogos das Comunidades Europeias - Nada melhor do que um cientista em particular e do que um biólogo em geral para assassinar a vida e verter logo a seguir um enxundioso relatório explicando as razões científicas do assassinato - Pôr a claro e em público as «razões» que assistem ao senhor Rosa para preconizar a matança das Berlengas - Ainda há superpopulação nas Berlengas? - Houve ou não houve holocausto perpetrado por Rosa?
Ver notícias nos jornais de 5/5/1989

2 - Vulnerabilidade do País, nomeadamente Cabo Ruivo (zona de alto risco de Lisboa) ao chamado, pela CEE (15/Maio/1980) «acidente máximo». Falava-se então em legislar sobre. Legislou-se? Quantos acidentes «máximos» se deram entretanto? Quantos são susceptíveis de vir a dar-se?
1979 irá repetir-se? Los Alfaques, Three Mile Island, petroleiros «Tanio» e «Amoco Cadiz», Ixtoc-Um (Golfo do México) são desse ano? Estaremos bem aqui? Poderão vir os bombeiros socorrer-nos, com as obras da Expo 98que estão obstruindo as vias desde 1994?
Que organismo superintende e responde (é responsável) em caso de catástrofe máxima?
(Ver inédito de AC revalidável Nº 2)

3 - Presença de radioactividade no Oceano Atlântico: quando baleias ou golfinhos ou tartarugas gigantes vêm morrer às nossas costas, a notícia dá imagens nos jornais e telejornais. E pronto. Todo o mundo descansa tranquilo. Esses e outros sintomas de poluição petrolífera e radioactiva no Oceano Atlântico são silenciados como é silenciada a presença de altos teores de radioactividade em água do Tejo e, portanto, da Barragem do Castelo do Bode, e portanto da água que abastece Lisboa e arredores.
Mais um silenciamento que todos os dias bebemos das torneiras. Com o proveito que daí se pode deduzir para a chamada «saúde pública», que é sempre, afinal, um conjunto de «saúdes individuais».
(Ver inédito de AC revalidável Nº. 3)

4 - Planeamento de recursos - Outra face dos recursos hídricos: os recursos piscícolas de água doce, os peixes mortos nos rios - Campanha de «mentalização» s/ vantagens da Aquacultura, surge como demagogia que tenta esconder o extermínio de espécies pela poluição industrial - Exemplos dados por França (Centro de Pesquisas) e Canadá (produz salmões por fecundação artificial) entusiasmam os neo-piscicultores portugueses - Novos aviários (de peixes) vão nascer - Enquanto a tecnocracia continua o holocausto das espécies a que chama progresso industrial, a sua aliada Biocracia tenta repor ou fabricar em retorta de laboratório, mercê da Biotecnologia, o que a indústria vai matando - Quando, entre plantas e animais, há mais espécies destruídas do que sobreviventes , a Biocracia anuncia, triunfal,
o Banco de Genes,
os Laboratórios de Melhoramentos de Plantas,
a Aquacultura (a vida em estufa!) ,
a luta biológica contra as pragas,
os enxertos de órgãos e transplantações,
etc.
Indústria da Aquacultura: a outra face do silenciado do biocídio.
Quem responde por mais este silêncio?
Que organismos estão «investigando» a aquacultura?
Algures na Ria de Alvor, projectava-se instalar um centro-piloto: instalou-se ou ficou-se tudo pelas promessas?
(Ver IR4 e IR7)

5 - A Água como problema de carência - Porque não cai do céu - Porque se polui a que existe na terra - Porque se esgota o que se tira do sub-solo - Se de recursos físicos (e nem só humanos) se fala, a destruição das reservas hídricas pela industrialização é o efeito mais óbvio e catastrófico das indústrias que, por sua vez, para laborarem precisam cada vez mais de cada vez mais água limpa . Quando chega a hora da indústria se queixar, é porque as populações já antes nem se queixaram.
Quem responde por mais este silêncio? (Apesar do aparente barulho sobre água a recursos hídricos)
Que organismo? Que Governo? Que técnico?
Exemplo entre outros: só a fábrica de pasta de Celulose da empresa nacionalizada Portucel gasta oito vezes mais água que a cidade de Setúbal.
Ver inédito de AC de 3 páginas - IR5

6 - A classe dos pequenos agricultores - mais um recurso humano em vias de extinção - Não é só o gasoduto que expulsa os pequenos agricultores dos seus lugares - Desde o 25 de Abril de 1974, a campanha contra a pequena agricultura não tem parado de se desenvolver.
Em 1980, as estatísticas da Grécia proclamavam, com grande glória, «um agricultor menos por minuto» (1960-1981).
Quem responde em Portugal, hoje, pelo extermínio de mais esta classe - a dos agricultores?

7 - Biodiversidade - Os recursos vivos vegetais em processo de extinção - Uma notícia de Novembro de 1979 ficou silenciada, apesar de ser decisiva para a sobrevivência da vida sobre o Planeta: Um «banco de genes» para salvar plantas em perigo de extinção vinha nessa altura a ser desenvolvido pelo biólogo Dr. Harold Koopowitz, da Universidade da Califórnia , Irvine, desde 1976.
As espécies vegetais continuam a desaparecer a um ritmo alucinante: ouviram mais alguma notícia sobre o dito «banco de genes»?
Quem responde por este silenciamento?
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que alegremente dava a notícia em Outubro de 1979?

8 - Produz-se ou não se produz Dioxina em Portugal? Antes que o assunto ficasse esclarecido, em 1976 (depois de Seveso) caiu no esquecimento e no silêncio. O jornal «Portugal Hoje» publicou um artigo intitulado «Seveso nunca existiu», parcialmente transcrito na revista «Come e Cala».
No inédito IR8 escrevia AC em 6/Março/1981:
«Se for satisfeita a exigência da federação Europeia dos Sindicatos Agrícolas (EFA) para proibir totalmente nos países do Mercado Comum o pesticida «2-4-5-T», aumentam as probabilidades de vir a ser instalada em Estarreja a fábrica da Triclorofenol» , que é a base de produção de uma série de pesticidas, incluindo o «agente laranja», famoso desde a guerra do Vietname onde os norte-americanos fizeram largo uso dele sobre as populações.»
Inéditas, fatalmente inéditas, ficaram 4 páginas sobre mais este silêncio.
Quem responde, hoje, por mais este silêncio?
Talvez a Quimigal que projectava, em colaboração com a empresa UpJohn, fazer essa instalação em Março de 1981.

9 - Aliás, a UpJohn é incontornável (como hoje se diz) em termos de venenos para o ambiente. Construiu em estarreja a maior e mais moderna fábrica de poliuretanos, sempre com a ajuda amistosa da nossa Quimigal.
Uma das matérias-primas - o Sal - tem que ser importada, porque o Sal foi um dos recursos naturais que a industrialização foi destruindo. Ou então mira-se a Ria de Faro como potencial fornecedor dessa matéria-prima : o namoro estava no auge em 1981. E em Agosto de 1976 diziam os jornais: « Mais de um terço das marinhas na Ria de Aveiro encontram-se abandonadas»
Desde o cloro que os serviços municipais mandam pôr na água de beber até à Dioxina que os americanos jogaram sobre os vietnamitas para os desfolhar, tudo se pode extrir do Sal...
Quem superintende no sal que há e não há?
Quem responde a mais este silêncio?
(Ver IR9)

10 - Praga decorrente da industrialização, é a das indemnizações a dar ou não dar, aos que se querem desalojar dos sítios onde a indústria tem que assentar arraiais - Uma outra forma de destruir recursos humanos - Para calar os vizinhos, cinco companhias aéreas deveriam indemnizar os vizinhos do aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle (9/Junho/1982) - Os afectados do século XX

11 - Uma questão de recursos humanos - As doenças do Progresso - Inventário das patologias provocadas pelo chamado «progresso» (crescimento industrial) a que outros chamam «modernização»:
poluição,
pobreza,
assimetrias sociais,
bairros da lata nas periferias,
lumpen-proletariado,
greves,
sub-alojamento,
congestionamento do espaço,
doenças de stress,
alcoolismo,
prostituição,
toxicomania,
delinquência juvenil, etc.

12 - Tanto na berra , em governos socialista e do PSD, caiu num buraco de onde ninguém, dos socialistas, o conseguiu ainda tirar: Veiga Simão, que tanto mandou vir a favor das Celuloses e da central nuclear em Portugal, nunca mais foi visto nem achado na sua meritória campanha.
Silenciou.
Fizeram-lhe o mesmo que ele fez aos 8 projectos de energias alternativas que conseguiu levar da Direcção Geral de Energia para o LNETI e que , um a um, conseguiu fazer abortar, para que nunca mais em Portugal se falasse de energias renováveis.
Quem silenciou este silenciador?
Quem responde por mais este duplo silêncio?
***

GRAAL 1996

96-11-22>tfs-1> = travessa do fala so - cartas> - mein kampf 96

DA TRAVESSA DO FALA SÓ PARA ALGUNS DOS MEUS AMIGOS NESTA PASSAGEM DO DESERTO

Wednesday, November 22, 2006

G. LAVIER 1996

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IDEOGRAMA A IDEOGRAMA ATÉ À IDADE DE OURO E AO PERDIDO CONTINENTE MU

Lisboa, 1/11/1996 - Um paleógrafo tem sempre alguma coisa de interessante para nos dizer, para nos decifrar. E quanto mais antigo for o código, o texto, a cifra, a inscrição, o símbolo, melhor.
Especializado em decifrar textos cifrados, inscrições, palavras, letras, símbolos, ideogramas, o paleógrafo é um auxiliar precioso de uma das 12 ciências sagradas - a Alfabetologia. E se for um encarregado do curso de Paleografia Chinesa , na Universidade de Montpellier, ainda melhor. Tem todo o peso institucional que um «chargé» implica . Mesmo quando se trata de ciências sagradas, convém estar de bem com as beneméritas instituições profanas.
É o que vamos encontrar em J.A. Lavier, especialista em Sinologia, especialista em Bionergética Proto-chinesa e, melhor ainda, especialista em Paleografia Proto-chinesa. Ele está à vontade dos dois lados: na ciência profana e na ciência sagrada. Vai às fontes, às raízes, antes da confusão babélica. Apanha os símbolos antes de eles serem degradados por tradutores/traidores, escribas pouco escrupulosos, comentadores/ruminadores, intermediários de toda a ordem.
Aproveitemos do seu meticuloso trabalho, feito com chinesa paciência. É um regalo seguir a sequência de símbolos apresentados por J.A. Lavier, em «Bio-Énergétique Chinoise» , Ed. Maloine, Paris, 1976/1983. E, com o pêndulo de radiestesia, aproveitar esse banho de vibrações primordiais que os ideogramas por ele decifrados certamente contêm.

Os opostos - A decifração de símbolos tem muito a ver com alguns opostos significantes do tipo:
sedentário/nómada
Norte/Sul
Este/Oeste
pai/mãe
Rio Amarelo/Rio Azul
poder espiritual (qualitativo)/ poder material (quantitativo) nomeadamente em livro onde se esmiuça uma bioenergética toda ela baseada no binário yin-yang.
Binário, não. O senhor J.A. Lavier, com o peso da sua autoridade académica, insurge-se contra esse hábito degradante de considerar o yin- yang um binário. Não senhor, assegura ele, até o especialista em sinologia, Marcel Grasset, meteu a pata na poça. A página 31, Lavier argumenta:
«Yang e Yin não podem ser concebidos separadamente um do outro. Dizer Yin-Yang é exprimir necessariamente um ternário, no qual o traço de união toma um notável valor.»
Para Lavier e sua minúcia caligráfica de paleógrafo, a obra clássica de Marcel Grasset «La Pensée Chinoise» começa por um erro, porque considera Yang e Yin um binário, o que é, para Lavier, uma pura impossibilidade: « É só a partir do Ternário que se pode falar de manifestação.»

Ocorrrências unitárias - Mas J.A. Lavier não é só perito em ocorrências binárias. Ele regista, com particular acuidade, ocorrências unitárias relevantes, ou seja, ocorrências (ainda) sem oposto conhecido.
Como por exemplo:
a) Os protochineses foram um povo «solar» como os primeiros egípcios e os Maias, e construíram pirâmides, símbolos indissociáveis do Sol, atrás do qual aparece a unidade criadora
b) A tradição protochinesa falava do homem Primordial, ou Homem Perfeito, cujos sucessores perderam, a pouco e pouco, as qualidades e capacidades, o que é conhecido como «queda do homem» comum a todas as tradições.
c) A Bíblia judaico-cristã «coloca a era dos gigantes imediatamente antes do Dilúvio, ou o Dilúvio imediatamente depois da Era dos Gigantes» - diz A.J. Lavier
d) Com base nestes pressupostos alegadamente encontrados no que Lavier chama os protochineses, verificam-se 2 outras notícias interligadas relevantes:
dd) O gigante Kong Kong teria feito oscilar (!!!) a Terra, elevando-a a Leste (Himalaia) e afundando-a no Oceano a Leste.
ddd) Este afundamento teria sido o Dilúvio e teria sido o afundamento do Continente Mu (Mou) conforme a tese de James Churchward que J.A. Lavier perfilha. ( Ver « O Continente Perdido de Mu», James Churchward, Ed. Hemus, São Paulo, 1972)
Sem esquecer que é paleógrafo, ele levanta então um problema de vogal a mais ou vogal a menos na palavra Mu.
«Com efeito - escreve ele, com a pertinácia irresistível que o caracteriza - se se estabelecer uma lista de caracteres chineses que se pronunciam Mou em francês, levando em conta os caracteres implicados pela pronúncia derivada Mwo, encontra-se uma lista interminável de significados que o Mu, Mou ou Mwo quer dizer:
matriz
modelo
amar (querer)
túmulo
sepultura
velhice
tarde
declínio
fim
mãe
princípio
fundamento
mergulhar
mestre
magestade
dignidade
afecção
harmonia
concórdia
deserto
obscuridade
silêncio
miséria
calamidade
doença
encobrir
etc
Desta lista - heterogénea demais para se lhe encontrar assim um fio condutor tão patente - retira , no entanto, Lavier uma ilação algo abusiva, perguntando:
«Não estará aí, em qualquer hipótese, uma evidente alusão à Terra-mãe de Mou e ao seu desaparecimento catastrófico?»
Como assim, senhor Lavier?
Quanto à lista que ele considera tão significativa, sublinho com regosijo: Afinal, não é só o sr. Afonso Cautela que gosta de listas. O sr. Lavier também.

Toda a história de Mu num só ideograma - Outra vez dentro da sua especialidade - a paleografia chinesa - J.A. Lavier aparece muito mais convincente quando nos diz que um determinado ideograma (dos muitos que ele genialmente descodifica e que fazem deste livro uma verdadeira obra-prima das ciências sagradas) significando Hai acaba por ser decifrável « se aceitarmos a tese do continente tragado de Mou» e que tudo, nesse ideograma, « se torna límpido: a água e o mar que cobre uma mulher».
Ou seja, segundo Lavier, esse ideograma (que poderão ver na página 15 da obra) conteria a história admiravelmente resumida do continente desaparecido, origem presumível das civilizações periféricas do Pacífico, de que os protochineses - conforme ele lhes chama - seriam uma delas.
Com esta ousadia de paleógrafo, é de admitir que toda a gente se faça militante de Lavier e da Paleografia, pelo menos os que adoram teses ousadas e maravilhosas, que nos remetem para a (nossa) Idade de Ouro.
Defendidas então por um austero decifrador de códigos - insuspeito de gostar de literatura de ficção - é irresistível.
Como irresistível é a sua tese sobre os povos de conquistadores (Mongóis, Turcos e outros abutres da época) que teriam ocupado e tentado dizimar os protochineses.
Significativa e muito elucidativa é a lista de ocorrências que, a partir dessa conquista, Lavier atribui ao invasor:
tortura
massacres
poligamia
eunucos
astronomia zodiacal
calendário lunar
panteão de deuses sangrentos

Desta vez a lista é capaz mesmo de ser homogénea...

Os jornalistas de ontem - Sinal de uma cruel decadência , para Lavier, é o comportamento dos escribas, que não se ensaiavam nada - tal como os jornalistas de hoje - em fazer falsas grafias dos textos e caracteres que lhes competia preservar.
É o que torna o livro de Lavier um livro-chave em Noologia: ele realiza, com paciência de paleógrafo, a decifração, ideograma a ideograma, de tudo o que constitui a primordial linguagem dos símbolos protochineses, directamente herdados dos deuses de Mu ou Mou.
Quando falamos de emocionante, fascinante e maravilhoso das 12 ciências sagradas é evidentemente disto que falamos: chegar ao continente perdido de Mu e à respectiva Idade de Ouro, ideograma a ideograma.

Taoísmo deu Zen - Encontramos em J.A. Lavier a explicação histórica de o Taoísmo ter sido chamado Zen, como acontece, por exemplo, em Jorge Oshawa: «Seguindo as pisadas dos turcos, o budismo entrou na China cerca do ano 400. Esta doutrina foi interdita no século IX, pelas suas tendências igualitárias, mas teve tempo de digerir o taoísmo que se transformou em Chan, mais conhecido pelo nome japonês Zen.»
É o que diz J.A. Lavier, página 21 da sua magnífica obra «Bio-Energétique Chinoise».

Reino Hominal - Todo o capítulo II - «Entre Céu e Terra» - do livro de Lavier é uma magnífica introdução à Noologia.
Na impossibilidade de o traduzir na íntegra, assinala-se aqui o que ele nos diz da questão de fundo:
Onde está afinal a Idade de Ouro? Já foi ou irá ser?
Chamando hipótese à tese darwinista/evolucionista, lembra que as tradições são unânimes em 2 pontos precisos:
a) A grandeza do antepassado face à degradação do homem actual
b) A ligação desse antepassado a uma qualquer linha animal.
E cita Antoine Fabre-d'Olivet, que estudou a fundo a história filosófica (a história noológica) do género humano:
«Os filósofos, naturalistas ou físicos, que fecharam o homem na classe dos animais cometeram um enorme erro. Enganados pelas suas observações, pelas suas frívolas experiências, eles negligenciaram consultar a voz dos séculos, as tradições de todos os povos. Se tivessem aberto os livros sagrados mais antigos do mundo, chineses, hindus, hebreus ou persas, teriam visto que o reino animal existia antes do homem.
Quando o homem apareceu sobre a cena do universo, formou só por si, um 4º reino, o Reino Hominal.
Este reino é chamado P'an Kou pelos chineses
Pourou pelos brâmanes
Kai-Omordz ou Meschia pelos sectários de Zoroastro
e Adam pelos hebreus.»
Fabre d'Olivet explica:
«É preciso entender por Adam , não um homem em particular mas o Homem em geral, o homem universal, o género humano inteiro, o Reino Hominal, enfim.»
Lavier termina em apoteose este capítulo fundamental em Noologia :
«A consequência mais evidente desta «queda» do homem que todas as tradições sem excepção descrevem, deste envelhecimento da humanidade, consiste em uma esclerose que extingue certas funções e atributos que o antepassado normalmente possuía. No venerável clássico «Nei Tching Sou Wen» , o imperador Amarelo confirma:
«Os nossos antepassados eram gentes extraordinárias: viviam durante centenas de anos, nunca estavam doentes, sabiam deslocar-se no espaço com meios que nós não temos, viam e ouviam coisas que nós não vemos nem ouvimos. A humanidade teria perdido alguma coisa?» - pergunta ironicamente Lavier:
«Toda a aparelhagem dos nossos engenheiros (...) é profética na medida em que tende a substituir funções que o homem perdeu no decorrer do seu envelhecimento.»
Telepatia
Vidência
Telequinésia
Levitação
seriam alguns dos poderes perdidos pelo homem da queda.»
Um desafio final:
«O médico encontrará no ponto de vista tradicional a explicação das doenças degenerativas e porque estas doenças se manifestam em pessoas cada vez mais jovens.»
Lisboa, 1/11/1996

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SEGUNDA TENTATIVA DE FAZER AQUI A PÁGINA DE ABERTURA DESTE BLOG, À MANEIRA DO QUE FAÇO COM O FRONT-PAGE

Saturday, September 30, 2006

PÊNDULO 94

94-9-30> autot-5>adn>manual> (ver série autot> em doc)

O PÊNDULO DE TRABALHO

30/Setembro/1994 -
1 - O Pêndulo é o nosso telescópio e microscópio, para conseguirmos ver o invisível
O Pêndulo é um prolongamento visível do nosso ser invisível
O Pêndulo é a ponta do infinito e o começo da eternidade
2 - Pegar no Pêndulo é pegar no nosso próprio destino, na nossa própria vida, esta e - o que parece mais importante - a outra
Pegar no Pêndulo é despertar não só os nossos cinco sentidos, mas ganhar um sexto - a radiestesia - e abrir a porta aos 6 restantes
Pegar no Pêndulo é pegar no fio da Meada, abrir a porta do Labirinto, encetar a demanda do Graal, segurar a Bússola para a viagem, consultar em 1ª mão o mapa do nosso percurso interior
Pegar no Pêndulo é o primeiro gesto para nos ligarmos ao interruptor cósmico
Pegar no Pêndulo é confirmar se a informação dos metais, das cores, dos sons, dos planetas, dos símbolos, das letras, está passando - e fazendo diapasão ou ressonância - através dos nossos 600 biliões de células: e se estiver passando, pegar no pêndulo pode ser a melhor autoterapia que podemos fazer
3 - Este trabalho com o pêndulo é extremamente crítico, como já perceberam, em relação às muitas escolas esotéricas que pululam hoje em dia, por tudo quanto é sítio.
Pegar no pêndulo é, portanto, ter uma base firme para criticar todo o Blá Blá que os vários oradores constantemente nos impingem.
Sugiro que usem o pêndulo para criticar, antes de mais nada, o Blá Blá com que eu próprio vos estou mimoseando. Não me poupem. Aliás, é por isso que procurarei reduzir o Blá Blá ao mínimo, pelo menos o oral, remetendo para papelinhos fotocopiados a informação verbal que me parece dever ser transmitida.
Porque a informação, devo dizer-vos, está extremamente cara. Um livro de Etienne Guillé custa, em média, 7 ou 8 contos. Um seminário intercalar, em hotel de 5 estrelas, custa 5.500$. Um seminário de dois dias, 800 francos e tem que ser pago em francos. O que eu pretendo é que vocês tenham acesso a esta informação que pessoalmente considero preciosa, mas da forma mais económica possível. Para isso, a Sociedade Portuguesa de Naturologia será o nosso porto de abrigo, o nosso ponto de apoio e o nosso Ponto de encontro. Existe um Gabinete de Orientação Alimentar que está à vossa disposição para consultas individuais, às 2ªas e 4ªas feiras, das 13 às 15 horas. Gabinete que poderá servir de ponto de encontro, ponto de apoio, ponto de referência e o porto de abrigo.
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94-09-30-rh> = radiestesia holística - 523 caracteres - adn> manual> cas= carta aos seminaristas

DIÁLOGO COM O GRUPO - MERGE DE FILES VARIADOS (30/09/1994 - 17/12/1994)

30/Setembro/1994

Além deste processo - o estabelecimento das prioridades práticas para cada seminarista - proponho mais dois processos complementares e que penso de certo efeito didáctico:

1 - A partir de cada diagrama - dos muitos que nos são propostos - desenvolver toda uma explicação concatenada de todo o tecido de relações que esse diagrama implica
2 - O outro procedimento consiste em dicionarizar um glossário de termos que cada um vai redigindo conforme recebe as informações e as interpreta.
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456 caracteres tpc-1>adn>manual>

TRABALHO PARA CASA - SUGESTÕES

- Façam a prova do espelho: escrevam o vosso nome num papel e ponham o papel frente a um espelho. Vejam em que sentido é que a leitura da informação se faz. E têm aí a imagem do que fizeram todos os sistemas de explicação do universo desde a Queda. Ou seja, desde Atlântida e Lemúria, responsáveis pela Queda ao que dizem as más línguas

- Discutir esta afirmação: A sida, a ser alguma coisa, é uma metástase da Medicina
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1019 caracteres - autot-3>adn>manual>

SOCIEDADE PORTUGUESA DE NATUROLOGIA
(Instituição de Utilidade Pública)
Rua do Alecrim, 38-3º - 1200 Lisboa - Tel: 346 33 35
GABINETE DE ORIENTAÇÃO ALIMENTAR
RADIESTESIA E ALQUIMIA ALIMENTAR
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1246 caracteres - psp-1>adn>

DÚVIDAS
a) - Na página 186 do «Dicionário de Símbolos» há quatro colunas de correspondências. Poderá testar-se - pelos nomes - as correspondências aí apontadas?
b) - Temos um objecto (ou símbolo) para testar: colocá-lo sob o próprio Pêndulo da mão direita com a esquerda livre ou colocá-lo sob o indicador esquerdo com o Pêndulo na direita, serão uma e a mesma coisa?
A informação transmitida é a mesma? Ou varia a resposta?
c) - A questão das línguas. Se eu coloco uma palavra para testar, como é que a resposta pode ser a mesma para a mesma palavra em línguas tão diversas como o alemão, o inglês, o português, o árabe, o latim, o grego, o cirílico.

PERGUNTAS SOBRE O PÊNDULO
Qual a equivalência de frequência vibratória entre as cerca de 200 cores do espectro (do arco íris) e os elementos da escala de Mendeleiev?
E qual a relação destes com o ser humano?
E com a diluição homeopática própria de cada pessoa, em cada momento?
Há simpatia de cada um por uma cor? E por uma música? E por uma voz? Aura é isso? A fotografia da aura dá isso?
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273 caracteres - psp-4>adn>

PERGUNTAS SOBRE O PÊNDULO
- Árvore genética ou árvore genealógica?
- Porque é que a escala decimal da era dos Peixes é de mais baixa frequência que a escala em fi (número de ouro) da era do aquário?
- Vou numerar as gravuras e nomeá-las por números

DÚVIDAS E PERGUNTAS
- Quem tem uma informação preciosa, deve ou não passá-la a uma pessoa amiga de confiança?
- Há textos que eu já li (traduzi, gravei) mais de 20 vezes e que continuam igualmente incompreensíveis para mim: será assim até quando? Até sempre?
- Os Símbolos falam: são condutores de informação, tal como as árvores, os metais (minerais), um dente de mastodonte? Será assim ou bastante mais complicado?
- Se a molécula de ADN está inerte, como e quando entra ela em actividade? Pode motivar-se esse movimento ou só sucede segundo ritmos e frequências que ainda nos escapam?
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2497 caracteres - autot-5>adn>manual>

O PÊNDULO DE TRABALHO

1 - O Pêndulo é o nosso telescópio e microscópio, para conseguirmos ver o invisível
O Pêndulo é um prolongamento visível do nosso ser invisível
O Pêndulo é a ponta do infinito e o começo da eternidade

2 - Pegar no Pêndulo é pegar no nosso próprio destino, na nossa própria vida, esta e - o que parece mais importante - a outra
Pegar no Pêndulo é despertar não só os nossos cinco sentidos, mas ganhar um sexto - a radiestesia - e abrir a porta aos 6 restantes
Pegar no Pêndulo é pegar no fio da Meada, abrir a porta do Labirinto, encetar a demanda do Graal, segurar a Bússola para a viagem, consultar em 1ª mão o mapa do nosso percurso interior
Pegar no Pêndulo é o primeiro gesto para nos ligarmos ao interruptor cósmico
Pegar no Pêndulo é confirmar se a informação dos metais, das cores, dos sons, dos planetas, dos símbolos, das letras, está passando - e fazendo diapasão ou ressonância - através dos nossos 600 biliões de células: e se estiver passando, pegar no pêndulo pode ser a melhor autoterapia que podemos fazer

3 - Este trabalho com o Pêndulo é extremamente crítico, como já perceberam, em relação às muitas escolas esotéricas que pululam hoje em dia, por tudo quanto é sítio.
Pegar no Pêndulo é, portanto, ter uma base firme para criticar todo o Blá Blá que os vários oradores constantemente nos impingem.
Sugiro que usem o Pêndulo para criticar, antes de mais nada, o Blá Blá com que eu próprio vos estou mimoseando. Não me poupem. Aliás, é por isso que procurarei reduzir o Blá Blá ao mínimo, pelo menos o oral, remetendo para papelinhos fotocopiados a informação verbal que me parece dever ser transmitida.
Porque a informação, devo dizer-vos, está extremamente cara. Um livro de Etienne Guillé custa, em média, 7 ou 8 contos. Um seminário intercalar, em hotel de 5 estrelas, custa 5.500$. Um seminário de dois dias, 800 francos e tem que ser pago em francos. O que eu pretendo é que vocês tenham acesso a esta informação que pessoalmente considero preciosa, mas da forma mais económica possível. Para isso, a Sociedade Portuguesa de Naturologia será o nosso porto de Abrigo, o nosso Ponto de Apoio e o nosso Ponto de encontro. Existe um Gabinete de Orientação Alimentar que está á vossa disposição para consultas individuais, às 2ªas e 4ªas feiras, das 13 às 15 horas. Gabinete que poderá servir de ponto de encontro, ponto de apoio, ponto de referência e o porto de abrigo.
30/Setembro/1994
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TRABALHAR COM O PÊNDULO - CAUSAS DE ERROS:

a) Quando o operador mantém levantada a ponta do pé direito (no ar), nada se mexe. O pé deve descansar em cheio no chão; evitar também o cruzamento das pernas
b) Se o Pêndulo se achar mal pendurado, quer apertando demais o fio com o braço teso e contraído, quer com um comprimento de suspensão demasiado curto ou demasiado comprido
c) Se o Operador não é demasiado sensível deve desenvolver a sua
sensibilidade com exercícios repetidos
d) O trabalho radiestésico prolongado, sem interrupção, causa fadiga nervosa que pode influenciar as reacções pendulares e assim ser uma causa de erro. Deve-se descansar meia hora
e) Às vezes há dias em que o operador não sente disposição
f) O trabalho mental do operador é muitas vezes um obstáculo que leva ao erro. Esse estado é criado pela sugestão - e é ao fluxo nervoso que domina o operador que o Pêndulo obedece. É preciso acalmar os nervos e afastar todas as ideias preconcebidas relativas à pesquisa que se quer fazer
g) Outro obstáculo é a leitura do movimento do pêndulo: a experiência deve repetir-se para uma certeza
h) O estado de saúde do Operador é importante, inclusive poderá estar a interpretar uma leitura que corresponde à sua própria doença e não à de terceiros. Convém, por isso, fazer previamente uma leitura para si próprio, antes de fazer para terceiros
+
3760 caracteres - mbb-13>autot-1>adn>manual>

BANALIDADES DE BASE (Cont.)

Lisboa, 26/Setembro/1994

- O TCP quer que cada um se encontre consigo mesmo e que tome em mãos o próprio destino. Neste sentido, alheia-se de quase tudo o que se passa no campo das terapias e medicinas, as quais têm em comum esta característica: deixar o doente na eterna dependência do médico ou do terapeuta. Correndo para a dependência médico-farmacêutica, é caso para reconhecer que as pessoas têm as doenças que merecem e pagam o preço das consultas que também merecem. Trabalhar para que os seres humanos tenham rosto humano e tenham cada vez mais oportunidade de preparar nesta vida a outra vida, é a principal démarche do trabalho com o Pêndulo.

- Com o advento dos espiritualismos, com toda a espécie de tráfico bioenergético, as pessoas não só ficaram doentes das vísceras mas também da alma. Bem piores do que dantes. E é isso - tratar a alma - sem ser por nenhum processo manipulatório e alienatório - que se tornou hoje urgente. No TCP procura-se inverter, na alma de cada um, a irresistível tendência que há na alma humana para se render à matéria, em vez de se safar pelos ilimites do espírito. Todos falam de espírito, sim, mas o problema não é o Espírito - que se limita a ser e a estar lá desde a eternidade e para toda a eternidade: o problema é da alma, sede de todas as mudanças e angústias e manipulações. Todos falam de espírito, sim, mas - como diz o brasileiro - da boca pra fora.

- Do ponto de vista das ilusões kármicas - daqueles que crêem nelas - o trabalho com o Pêndulo acelera de tal maneira a contabilidade cósmica que, às tantas, nos vemos numa rede de causas e efeitos precipitados em cascata que podem assustar-nos. Quem não quiser passar por isso, está a tempo de sair, de largar o pêndulo, de desistir deste caminho de conhecimento.

- Trata-se de mudar e, para mudar alguma coisa, alguma coisa tem de mexer. Estagnação é de facto a situação que vivemos a todos os níveis. E a maior parte das doenças crónicas são doenças dessa estagnação. O mundo e o país são hoje um pântano. E se começarmos a arejá-lo, é natural que aconteçam inesperadas solturas de miasmas.

- Se quiserem utilizar o Pêndulo, não para a vida eterna, mas para as efemeridades desta chatice a que chamam vida, poderão fazê-lo: cada um é dono do seu próprio destino, cada um tem, à partida, liberdade de escolha e escolhe o que quiser. Mas mesmo esse caminho prático da radiestesia empírica, esse caminho de pesquisar metais, ou veios de água, ou carteiras e chaves perdidas deve ser feito correctamente. Partindo de premissas correctas para chegar a correctas conclusões. Conclusões fiáveis.

- Cada um de nós, com o Pêndulo, e se desenvolver a sua fiabilidade, poderá testar, confirmar, tirar as teimas, confirmar se aquilo que ouve da boca deste ou daquele, se aquilo que lê deste ou daquele livro, é assim ou não.

- Para vos dar um exemplo da discordância que há entre o método de Etienne Guillé e todos os outros processos ou métodos e técnicas, citarei o yoga hindu. Eu direi, por exemplo, que o yoga hindu está certíssimo, só que vê o panorama ao contrário, como todas as outras escolas: ou seja, de baixo para cima. Ora do que se trata, com o pêndulo segundo o método de Guillé, é de ver tudo de cima para baixo. Neste sentido todas as escolas esotéricas e teosóficas estão certas: mas são livros escritos do fim pró princípio...

- O efeito de espelho: é isso o que as visôes de todos os sistemas nos dão. O nosso nome cósmico ao contrário. Trata-se, como calculam, - com a grelha dos metais e a grelha vibratória universal de base molecular - de ler as letras, as frases, o livro do nosso destino de maneira correcta.

Lisboa, 26/Setembro/1994
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LIMITES DA TELEDETECÇÃO

Tomem isto como uma ficção científica. Experimentem ver, com o Pêndulo, se certas palavras vibram e como vibram. Mesmo quando vibram, interroguem a que nível dos 14 níveis vibratórios é que vibram.
Façam uma lista das palavrinhas mais consumidas nas sessões teológicas - das mais doces e das mais cor-de-rosa - e talvez possam constatar como são vibratoriamente pobres ou não cheguem mesmo a existir.
Se estenderem o mesmo tipo de teste aos aromas usados em aulas de yoga, aos mantras e mesmo aos sabores de certas especiarias do tipo indiano, poderão constatar por vós próprios, a que nível vibratório esses recursos e truques colocam os utentes de tais sessões e de tais culinárias.
O pessoal dito espiritual tem verdadeiros orgasmos com palavrinhas e palavrões que são, vibratoriamente falando, verdadeiros horrores.
Vamos a uma listagem e peço que lhe acrescentem algumas palavras de vossa iniciativa, queiram ou não testá-las.
Democracia
Ecumenismo
Fraternidade
Igualdade
Liberdade
Mãe Terra
Natureza
Paz
Reconciliação
Solidariedade
Tolerância
Como já perceberam, é toda a podre mitologia do nosso tempo, inventada para ver se tapavam a merda ocidental cristã, toda a cultura e religiões anexas que nos vem alienando de há 41 mil anos a esta parte.
Vale a pena testar uma vez, se quiserem confirmar. Mas não convém, para vosso próprio interesse e progresso espiritual autêntico, insistir muito na mitologia podre desta podre sociedade. Vale mais testar os mitos e deuses e as energias que são de facto os que na Nova Idade de Ouro vão imperar.
Usem moderadamente do Mundo Velho, usem e abusem do Mundo Novo que nasce.
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APR = ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE RADIESTESIA (ESBOÇO DE UM TEXTO)- RADIESTESIA E ALQUIMIA - HIPÓTESE DE PROPOSTA DE TRABALHO DE PESQUISA

1 - Uma vez que a área susceptível deste grupo investigar é infinita, a presente proposta vai no sentido de circunscrever e delimitar essa área infinita a alguns temas ou pistas de pesquisa que, no critério do proponente, são prioritárias
2 - Numa primeira tentativa de síntese, a proposta anexa para uma Associação Portuguesa de Radiestesia dá uma primeira aproximação, o quadro onde será possível começar a delimitar pistas de investigação (digamos holística) que nos faça ganhar tempo do pouco tempo que nos resta e que não temos a perder
3 - Na perspectiva do proponente, o que está a acontecer hoje, na área da teosofia, é uma caótica dispersão, a título de ecletismo, é uma subdivisão atomística de temas em nome da santa Unidade e da santa Unificação. Do que se trata, antes de mais nada, é de encontrar o método mais apropriado à matéria e aos objectivos em vista
4 - Como o proponente pretende usar da maior transparência, em todas as circunstâncias da sua vida, acho que não devia ocultar, nesta proposta de trabalho, o próprio caminho de conhecimento que escolheu: a radiestesia segundo Etienne Guillé.
Afonso Cautela
Novembro de 1994
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LEMBRETE PARA DIA 14 DE JANEIRO:

- Queria que deixassem nomes e moradas, pois espero poder enviar-vos uma surpresa lá para a páscoa
- Quem quer arranjar alibis contra o Pêndulo, o melhor é dizer que não lhe interessa vir cá. Não vale a pena esforçar-se a arranjar alibis de ordem intelectual, procurando argumentar contra, como se lhe estivesse a ser vendido um peixe de que a pessoa desconfia. Não se está aqui a vender nenhum peixe: embora se compreenda que as pessoas andam desconfiadas e têm razão para andar, pois por toda a parte as bancas esotéricas estão armadas a vender os respectivos besugos.
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LEMBRETE PARA CONFERÊNCIA PÚBLICA DO DIA 18/2/1995

Segundo os ensinamentos da ciência oculta, a evolução da Terra é dividida em período chamados épocas. Até agora passaram quatro épocas, denominadas: Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante. A actual é chamada época Ária.
Max Heindel, in «Conceito Rosacruz do Cosmos»

(17/12/1994) Aos que confiam muito na memória e na acumulação de muitos conhecimentos e que julgam progredir pela quantidade de informação, devo dizer que a falta de memória me levou pessoalmente a prescindir o mais possível de me carregar por esse lado. E quando descobri que um dos trabalhos mais importantes, no acesso ao Continente perdido, em que fala Eienne Guillé, era «desfazer» as memórias (ver quadros das cassetes das memórias) fiquei lisonjeado e satisfeito. Vamos a ver se aquilo que foi o meu handicap, toda a vida, por escolas, exames e outros lugares de tortura, vai, finalmente, para a sossega e na minha calma reforma, ser uma vantagem.
*
Se eu disser, a Radiestesia precisa de ti é o mesmo que dizer o Cosmos precisa de ti para evoluir. Por mais que isso nos custe admitir é esta, segundo Etienne Guillé, a responsabilidade do ser humano.
*
Antes um bom técnico em radiestesia terapêutica, do que um mau doutor em medicina que mata.
*
Não são os novos arqueólogos do realismo fantástico que têm que demonstrar que a Idade de Ouro existiu e o Continente Mu e a Atlântida.
São os arqueólogos da arqueologia académica, os arqueólogos do contra, animados por Cosmos II, quem terá que demonstrar que a idade de Ouro nunca existiu.
E foi a partir de aqui, como calculam, que tudo começou a ser visto, compreendido, conhecido de forma invertida; ao contrário; de pernas pró ar.
Isto de andar a ter que provar a ignorantes que o progresso não está no futuro nem em 1995 mas nos anos 20.000 antes de Cristo, que o progresso se situou no passado e que há 41 mil anos que a decadência dura, e já é ditadura, tem de acabar. Este jogo do investigador livre sempre na contra-ofensiva é obsceno e pornográfico. Há que passar à contra ofensiva e mandar os arqueólogos mais a sua arqueologia académica para o jardim zoológico de onde se evadiram da jaula dos macacos.

(23/10/1994)
O pêndulo trabalha no sentido de o dispensarmos. Para que todo o nosso ser (ou suporte vibratório) seja o pêndulo em ressonância vibratória com o Cosmos.
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2-5 - 94-09-30-dg> = diálogo com o grupo - 7342 caracteres-autot-4 adn>cartas> manual> diário de um aprendiz da radiestesia

CRÍTICAS AOS SEMINÁRIOS E SEMINARISTAS

30/9/1994 - O novo livro de Etienne Guillé, «L'Homme entre Ciel et Terre», vem aclarar uma grande zona do seu próprio ensinamento que se tornara muito obscura e confusa através dos seus divulgadores em Portugal.
De facto, à excepção de Patrice Kerviel, que, nos seminários, tem apresentado um discurso coerente e articulado, sem fissuras nem vazios nem zonas obscuras, todos os outros, ao retomar o ensinamento de Guillé, complicam mais do que explicam, obscurecem em vez de esclarecer. Os seminários - à excepção dos que a Patrice ministra - em vez de traduzirem a experiência pessoal e integrada dos monitores, são apenas transcrições verbais (e de ouvido) de muitos dos esquemas de Etienne, sem que o aluno consiga articular as diferentes peças que lhe aparecem desligadas.

2 - Por exemplo: os vários postulados do mundo vibratório, apresentados pelos nossos seminaristas, nunca se sabe porque aparecem e de onde aparecem: se há uma hierarquia de níveis vibratórios, porque são 14 e não outro número? Como se encaixam as pirâmides e porquê? As pirâmides têm existência real ou são apenas uma metáfora? Quando surge a hipótese das pirâmides, que se deve fazer à hipótese do ovo cósmico e das esferas energéticas nele encaixadas? Como se ligam uma à outra ou não se ligam? Que crédito dar à escala das energias apresentada no diagrama de Jean Noel Kerviel e que Etienne Guillé não apresenta em nenhum dos seus livros? Que crédito dar à classificação de energias nocivas e energias negativas? Porque têm as energias nomes tão heteróclitos? Porque se fala de energia do escaravelho de ouro, ou da esfinge, ou de Képer-Re - conotando claramente a fonte informativa na tradição egípcia - mas logo depois se fala da energia da pedra filosofal e das energias em X negativo ou das energias de magia negra ou das de ordem negra, ou das energias do agente secreto...
Há momentos em que esta variedade de nomenclaturas parece um catálogo. Deveria sempre assinalar-se a fonte cultural de onde emana cada designação: aliás, a situação histórica - no tempo e no espaço - de cada um dos conceitos explanados, era o mínimo que se podia esperar dos seminários, já que a construção filosófica de todo o processo se encontra exposta de maneira inultrapassável nos livros de Etienne e nos seminários da Patrice.

3 - Prosseguindo a grande balbúrdia em que se transformou, com tanta lição, o mundo vibratório descoberto por Etienne Guillé, passemos, por exemplo, à panóplia dos canais cósmicos: Jean Noel Kerviel, fala em 17 (porquê 17?), mas insiste-se particularmente naquele que se «virou», em 26 de Agosto de 1983: também ninguém até hoje explicou como e porque foi obtida essa data, nem o que é isso de uma viragem cósmica. Assim como ninguém até hoje nos traduziu correctamente o «renversement». Em matéria de traduções, então, é uma lista de palavras que continuamos sem saber o que são.

4 - Ninguém explicou, por exemplo, como foi obtido o quadro das eras zodiacais e respectivas frequências vibratórias, assim como ninguém ainda explicou o que é isso verdadeiramente de «frequência vibratória» e que diferença existe entre vibração de base decimal e vibração de base Fi. O Fi, aliás, foi motivo de uma cena, em pleno Hotel da Lapa, que nem vale a pena descrever, de tal modo foi indescritível. Pela parte que me toca, continuo sem saber o que é o Fi - outra noção fundamental - assim como o que são algumas das noções consideradas cruciais neste método. O facto de querermos ter acesso ao espaço tempo transcendente - dizem-nos - não significa que continuemos a respeitar as leis da lógica que regem o espaço-tempo linear. Enfim, como iniciação sistemática à estupidificação mental, parece que não há melhor receita do que a Radiestesia.

5 - Os esquemas e diagramas sobre o mundo vibratório apresentados por Etienne Guillé e por Jean Noel Kerviel, podem ser puramente imaginários mas, até agora, ninguém aclarou se são ou não são. Mesmo apenas como artifícios didácticos, a verdade é que são úteis e organizam hierarquicamente o mundo das energias subtis e nomeiam as várias formas, espécies e sub-espécies de energia, permitindo uma abordagem que até agora se fazia na mais completa abstracção. Curiosamente, porém, estes diagramas com as escalas hierárquicas não figuram nos livros de Guillé. Antes deste método, só a Macrobiótica - com a distinção entre yin e yang - e a acupunctura nos davam quadros relativamente minuciosos dessas energias: os pontos de acupunctura e os meridianos eram, até agora, o único mapa à nossa disposição para viajar no meandroso e invisível mundo das energias. O quadro proposto por Etienne Guillé e Jean Noel Kerviel, tem a vantagem de estar mais perto da nomenclatura europeia e das tradições de que nos encontramos cultural e geograficamente mais perto.

6 - Penso que há vantagem em vencer as possíveis relutâncias relativamente à nomenclatura usada por Etienne: no fundo, veremos que energias de escaravelho de ouro, energias da pedra filosofal, energias da anti-pedra filosofal, energias da esfinge, energias de magia negra, energias de agente secreto, energias da aliança com Elohim, energias de x negativo, anjos e arcanjos, alma divina e alma espiritual, são nomes, apenas nomes, sem qualquer conotação religiosa com os sistemas de onde porventura foram tiradas. Perante a grelha vibratória dos metais, o que importa mesmo é a ressonância vibratória de cada estrutura, de cada palavra: e essa é inteiramente objectiva, independentemente da conotação semântica das palavras.

7 - Poderemos concluir, no capítulo sobre o mundo vibratório, que a démarche alquímica, apesar de tudo, não é tudo mas é o princípio - a base molecular - de tudo, e que ela ocorre ainda no mundo negativo. Mas nunca se percebeu muito bem, ao longo de todo este tempo, o que é isso do mundo negativo, e se tem alguma coisa a ver ou não com o mundo da manifestação, o mundo da incarnação e o mundo transcendental, mais um triunvirato que não sabemos muito bem porque surge, como surge e porque se chama assim. Ou antes: este, até percebemos, a partir do momento em que (finalmente) a Patrice decidiu explicar que a grelha universal era a projecção, no plano, da quádrupla pirâmide da existência. Assim, lá conseguimos saber porque aparecia a grelha...

8 - A alquimia não é tudo neste método mas inicia uma sequência (hierarquia) de 12 ciências, que virá a culminar na Teurgia ou ciência de deus, passando entretanto pela Magia, Astrologia, Numerologia, Kaballah, (ver lista de ciências no seminário de Patrice Kerviel). O que era, no opúsculo de Jean Noel Kerviel, «Recherche de la Pierre Philosophale», a técnica para a procura e obtenção da pedra filosofal, restrito portanto à alquimia, vai-se deslocando, nas ulteriores obras de Etienne Guillé e no discurso de Patrice, para a mais vasta demanda do Graal, mito eterno de todos os mitos. Esta noção das 12 ciências sagradas, como bonecas russas metidas umas nas outras, imagem proposta por Patrice, é fácil de apreender e por isso serve de boa base a uma compreensão da dinâmica que nos é proposta aos saltos e em constante ziz-zag pelos outros monitores.

9 - Se os seminários intercalares fossem aproveitados a mostrar como se fazem transferts bem feitos, talvez fosse mais proveitoso para todos: a filosofia, de facto, e os diagramas das energias, bem nos basta o que Etienne vai contando. Aliás, a melhor forma de conduzir os seminários é cada um falar apenas daquilo que na sua prática quotidiana já integrou, aqueles pontos em que fez emergência com qualquer outro oposto e complementar, seja ele um autor, um livro, uma página, um pensamento, uma palavra que porventura o interpela.

10 - Claro que há respostas feitas para continuar justificando este método de trabalho sem método nenhum: estamos no espaço tempo transcendente - dizem-nos - e aí tudo é permitido; trata-se - dizem-nos - de conquistar o continente perdido do inconsciente e aí tudo fala a linguagem irracional dos sonhos; é preciso - dizem-nos - primeiro aumentar o nível vibratório para compreender determinadas noções; temos de aguentar stress atrás de stresses para poder «evoluir» e aumentar o nosso nível vibratório; lá mais pra diante logo percebemos; isto não é lógico e temos que perder essa mania de querer lógica em tudo; não podem fazer transferts porque ainda não estão preparados; a alimentação não tem importância nenhuma(?), porque tudo se passa ao nível das energias vibratórias; o alargamento da consciência é ao nível do inconsciente e portanto todos os progressos são, por definição, inconscientes;

11 - Depois é o jogo sobre o gume do contraditório: é perigoso fazer transferts mas há que ser ousado; não devemos trabalhar com a grelha provisória mas convidam-nos a fazer testes com a grelha provisória; nada disto é para decorar (mas a maior parte das noções, como não são explicáveis nem compreensíveis, são mesmo e só para decorar)

12 - Perante esta caótico quadro que nos tem sido mostrado - a pretexto de que se trata de um puzzle - cada um tem de procurar maneira de reorganizar os dados - tão baralhados - e reordená-los. Pela parte que me toca, tentei as listas alfabéticas de vocábulos, que me parece um exercício de ordenamento possível no meio da total desordem de nomenclatura. A pretexto, claro, de que o verdadeiro conhecimento é ao nível (do) inconsciente e de que não podemos constatar progressos ao nível do raciocínio lógico. Que este método é diferente e aponta para uma viragem total nos métodos tradicionais de transmitir a informação, não há dúvida: mas por isso mesmo é que necessita de novas formas de reordenamento, já que não é possível caminhar na anarquia. Aliás, como nos disse a Maria, em Abril de 1993, a ordem, o ritmo e o movimento, são indispensáveis a todo o trabalho alquímico. Talvez não fosse mau começar pelo princípio, ou seja, pelo ritmo, movimento e ordem na própria intercomunicação da informação.

13 - Informação é palavra-chave neste trabalho da Gnose Vibratória. E quando se fala de informação, subentende-se informação energética. Por isso Entropia/Neguentropia, são duas outras palavras-chave. E quando começa a listar-se as várias formas de energia, tudo continua a ser claro: mesmo quando se topa a energia do enxofre, a energia do mercúrio e a energia do sal, tudo é ainda claro se pensarmos que, com estes nomes, existem o metal Enxofre, o metal Mercúrio e o Metal Sal. Mas Metal é uma coisa e princípio filosófico é outra. Também não está escrito nem claro se princípio filosófico é o mesmo que princípio alquímico, mas tudo indica que sim. Enfim, estamos perante uma das respostas feitas mais frequentes com que nos brindam: os célebres «vários níveis de leitura» ou, mais modestamente, os «três níveis de leitura»: mal a gente julga que está a interpretar uma palavra assim, logo nos dizem que é assado, que isso é apenas um nível de leitura e que há que passar a outro nível ou outros níveis de leitura. A instabilidade reina neste reino. E é tudo em nome da complexidade do método.

14 - Reina também grande ambiguidade quanto aos perigos potenciais do trabalho com o Pêndulo, do trabalho com as energias: tão depressa se diz que a grelha é uma protecção, como se diz que se pode cometer «falta contra o espírito santo» com a maior das facilidades. Na definição do Poder, também nunca se sabe nada de concreto: ora o Poder é a origem de todo o Mal, ora se aponta o assistanato como uma situação deplorável em que se encontra o ser humano. Aliás, reina também a maior falta de transparência quanto ao direito que cada um tem ou não tem de ganhar poder espiritual, exactamente para combater o assistanato. O ser humano encontra-se em assistanato - e sob chantagiato permanente do Poder - porque se deixou despossuir de tudo o que eram as suas capacidades, forças, energias, potencialidades. E bem se pode dizer que é uma das subtilezas de MAGA. Nesse aspecto, dois anos de seminários - ao preço global de 250 contos - deixaram-me mais desapossado, mais frágil, mais entregue à bicharada médica e ao assistanato, que os nosso seminaristas tanto verberam, e com toda a razão: o assistanato obsceno a que estamos submetidos nesta podre sociedade de consumo, foi um dos motivos que me levou ao estudo intensivo da Gnose Vibratória. No entanto, dois anos após, o que eu continuo a saber é que ainda é cedo para fazer transfert, para dar consultas, para, para. E, portanto, terei de continuar, em cada nova crise, a ir correndo para o terapeuta, para a consulta do terapeuta, claro. Assistanato? Temos que tomar mais cuidado nas palavras que usamos e nas críticas que fazemos. Porque não podemos censurar o assistanato e prorrogar com o nosso procedimento esse assistanato.

15 - Fazem-se afirmações que, por serem polémicas, não podem ser feitas com tanta ligeireza e necessitariam de uma mais demorada explicação:
«Informação do Cancro é uma informação Cósmica»: esta afirmação pode desencadear uma cascata de perguntas, tais como: mas só do cancro é que existe informação cósmica? Se tudo o que está no micro está no macrocosmos, todas as doenças, incluindo a da estupidez humana - que é endémica - está no micro e está no macrocosmos, logo é uma informação cósmica.
«Cancro é uma doença iniciática» - diz-se: Mas doenças iniciáticas são todas, porque todas são stresses que a providência nos faculta para evoluirmos...
«Existem dois cosmos» - dizem-nos: é evidente que afirmações como esta têm que ser minimamente fundamentadas; e talvez não fosse má ideia aproveitar os intercalares a fundamentar afirmações como esta.
«Descodificar a mensagem da esfinge» - dizem-nos: sendo alfa e ómega deste método, a mensagem da esfinge também não pode ser abordada com a ligeireza com que tem sido feito; importante, nos seminários intercalares e nas salas de estudo, é distinguir as grandes, das pequenas e das médias questões, pelo menos.
Outros exemplos de afirmações a fundamentar e a explicar com mais cuidado e rigor: «Não é o Espírito que desce a nós, somos nós que subimos ao Espírito».
«Não há cura sem amor»

16 - «Justiça e Verdade» é um princípio muito citado nos nossos estudos. Mas nem sempre, nas relações inter-disciplinares, a justiça e a verdade reinam. Isto sem falar da humildade, que tanto nos recomendam. Às vezes não vejo onde esteja a humildade, mas deve ser miopia minha. De qualquer maneira, fala-se de coisas das quais se sabe o que são. Também a palavra evolução, tanta vezes usada, é perceptível, bem como a palavra «potencialidades». Claro é também quando nos falam de desestruturação e reestruturação, ou das três fases que a matéria (MA) pode sofrer: MA condensado, MA sublimado, MA sublimado e rematerializado. O facto de a linguagem vibratória vir um dia a dispensar a linguagem verbal - argumento que nos é muitas vezes atirado como quem dá osso a cão - não significa que não continuemos a ter necessidade de usar as palavras para nos exprimirmos: e a verdade é que todos os nossos monitores as usam: portanto, talvez não fosse má ideia que todas as palavras se esclarecessem e soubéssemos do que estamos falando quando falamos disto ou daquilo. Ou seja: o vocabulário/dicionário essencial que eu venho propondo, desde o primeiro dia, talvez fosse um belo trabalho para realizar em equipa e com a participação de vários interessados. Para já, o que existe lançado em computador, com remissa para os livros respectivos, é o vocabulário ocorrente nos 4 livros de Etienne Guillé e no livro de Jean Noel Kerviel. Penso que é um trabalho útil - que me consumiu muitas dezenas de horas - e que deveria ser colocado ao serviço de todos os que estudam este método.

17 - Falam-nos de Fogo e pouco ou nada nos explicam do que se entende, em Gnose Vibratória, por Fogo. É que se trata, aqui, de uma aquisição que nos vem, não da fonte egípcia, mas da fonte chinesa, do esquema chinês dos 5 elementos. A complicar a questão, há também o esquema da astrologia medieval, que fala em Fogo. E, claro, o sentido literal de Fogo, que também não sempre tão literal como isso. Há, inclusive, uma mitologia do Fogo e Gaston Bachelard teve o topete de escrever um livro sobre «a Metafísica do Fogo». Nunca sabemos, portanto, dessas mil acepções de Fogo, qual é aquela de que se fala quando se fala de Fogo, em Gnose Vibratória. Se é o Fogo dos cinco elementos chineses, então convinha que se esclarecesse também quando e como devem ser chamados ao limiar do nosso trabalho os restantes elementos: Terra, Metal, Água, Madeira. No entanto, os nossos terapeutas usam essas categorias na sua prática diária, pelo que deverão ser ideias básicas de extrema importância, a estudar minuciosamente desde já. À parte a vergonhosa - por insignificante - referência que à Acupunctura lhes fez Jean Noel Kerviel, em seminário do Hotel da Lapa, nunca esses elementos voltaram a ser matéria de ensino opu sequer de referência. Como não ver nisto uma vaga intenção de escamotear aquilo que é informação fundamental para a prática terapêutica? Como não ver nisto mais uma prova a juntar às declarações bem claras de Jean Noel, de que neste curso não se davam diplomas nem se formavam terapeutas? E ele não se esqueceu de avisar de que não era por receio de ter muitos concorrentes, pois graças a deus clientela era o que não lhe faltava.

18 - Questão pouco esclarecida é a das frequências vibratórias. E, no entanto, é a noção-chave do DNA, que por sua vez é a fórmula-chave de todo o trabalho da Gnose Vibratória. Por exemplo: diz-se que a Era dos Peixes vibra em frequências baixas, de base decimal, enquanto a Era do Aquário vibra em frequências elevadas de base Fi. Além de não se perceberem hierarquias num método que nos dizem não ter hierarquias, também nunca ficou claro o que é a base decimal e o que é a base Fi. Mas também nunca foi dito o que tem a ver a Era dos Peixes com o MAGA GAU GAS: se são apenas contemporâneos (duas desgraças ao mesmo tempo), se há uma relação de causa e feito ou se não têm nada a ver um com o outro.
Quando nos prometem a Nova Idade de Ouro, que relação tem com a Era de Aquário? Umas vezes dizem-nos que tem, outras dizem-nos que não tem.
Atlântida e Lemúria foram o princípio da decadência ou não? Antes ou depois da Queda: mas em termos de tempo - tempo Cronos - quando é que foi isso tudo? Não seria interessante, quando se fala em escalas tão remotas, situar + ou - o século em que se situam as várias fases dessa escala?
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CARTA AOS AMIGOS MAIS APRESSADOS - O TRABALHO COM O PÊNDULO NÃO ALIMENTA ILUSÕES

30-9-1994 - Aos que gostam de problematizar as questões na base anti-clerical ou mesmo anti-religiosa, devo informar, com toda a honestidade, que não encontrarão neste trabalho, meramente técnico, grande alimento para engordar os seus intelectos ideológicos. Este TCP (trabalho com o Pêndulo) é um trabalho árido, para desengordar todos os egos, sem atractivos nem ilusões de ordem religiosa, afectiva, esotérica, política, social, filosófica ou sequer espiritual.

Atenção: não se promete o paraíso - nem sequer o conforto - a ninguém, o que não impede que cada um por si, seguindo o Fio de Ariadne do Pêndulo, não venha a encontrá-lo - ao Paraíso - mais cedo do que pensava. Mas se o encontrar, de certeza que não será nunca onde e como o julgariam encontrar. Esse é o truque principal desta técnica sem truques. Não promete nada, mas pode ser que consiga, para os mais aplicados, treinados e honestos, vir a dar tudo, muito mais, portanto, do que aquilo que as escolas e seitas e religiões dão aparentemente de mão beijada, nunca dizendo o que (nos) tiram em troca.

A velha máxima do sermão de Buda - estar aberto a todas as verdades e duvidar sempre da certeza que se tem - é aplicável ao TCP. Cada um pode sempre confirmar, dialogando com o Pêndulo, se aquilo que lhe disseram é (con)fiável ou não é fiável. Mas para isso terá que tornar o seu suporte vibratório cada vez mais fiável. Como é óbvio, por imperativo das leis da física termodinâmica.

Aos que quiserem andar muito depressa, recomenda-se calma: aos que querem queimar etapas ou níveis vibratórios, recomenda-se paciência antes que «queimem» o seu suporte vibratório; aos que querem ficar logo mestres, recomenda-se a humildade de saber que, aqui, no TCP, deixa de haver mestres e discípulos, para serem todos e cada um «mestres de si próprios». Assim como deixa de haver patrões e empregados, professores e alunos, chefes e mandados, etc. Se repararem, todas as escolas chamadas espirituais repetem e reproduzem estes esquemas dicotómicos do mundo bastante material graças a Deus.

O conselho que se dá aos mais apressados é de prudência, de cautela: é melhor (ou seja, fica energeticamente menos caro) desenvolver um pouco de bom senso, para aplicar na tormenta do dia a dia, do que querer logo ganhar faculdades paranormais, quiçá mediúnicas ou mesmo telepáticas: se a lei da ressonância vibratória, através do trabalho com os metais, funcionar em plenitude, provavelmente vão ter experiências telepáticas e mediúnicas muito mais vezes e muito mais cedo do que supunham e, garanto-vos, com muito mais segurança. Aos gurus que oferecem faculdades por dinheiro e com pouco esforço, vale a pena perguntar que preço energético está a alma das pessoas, neste momento, pagando, por tão generosas oferendas, doadas em dois dias por estágios de 10 contos de reis.

A ilusão enciclopédica - de saber tudo e mais alguma coisa, via cabeça-memória - é uma das ilusões que o TCP não alimenta, ao contrário do que acontece com a maior parte das escolas espirituais e teosóficas mais em voga, que são verdadeiras enciclopédias ambulantes de conhecimentos úteis para uso dos discípulos atentos, veneradores e obrigados, sempre sequiosos de mais saber e de mais conhecer. Com o TCP, não só se não fica a saber mais como se vai proceder a um higiénico trabalho de limpeza de todos os conhecimentos adquiridos e armazenados por todos nós por via livresca, por via doutoral e professoral, por via autoritária. É um trabalho assim como o Zen, mas ainda mais radical - como vassoura - do que o Zen: poucas ilusões ficam para adornar o Ego de cada um. Só as indispensáveis para continuar de pé. Portanto, quem pegue no Pêndulo pela 1ª vez, está muito a tempo de desistir e de ir procurar outra ilusão, das muitas ilusões que há hoje à venda no supermercado das ilusões chamado esoterismo.

Mas se a ilusão da enciclopédia for muito forte e estiver muito enraizada em nós, e se persistirem em alimentá-la, irão ver que o TCP permite, inclusive, testar constantemente os vastos e profícuos conhecimentos que os vários professores e doutores sempre estão na disposição de nos propincuar. A possibilidade de testar energeticamente com o Pêndulo o valor de uma ideia, um texto, um autor, essa, não é ilusão mas um facto ao alcance da vossa mão direita.

A ilusão das grandes bibliografias é sequência da ilusão enciclopédica. As pessoas gostam de saber que têm muitos livros para saber coisas e que nunca conseguirão ler todos. No TCP, de facto, a bibliografia reduz-se aos 4 livros de Etienne Guillé, à breve bibliografia por ele citada e, podem crer, já dá muito que fazer. Cada linha, cada parágrafo do Etienne Guillé remete-vos para o infinito da consciência e faz convergir milénios de informações ao ponto central de cada leitor. Se esse leitor trabalhar com o Pêndulo, terá então a ponta da meada, que poderá seguir, já que é o labirinto o que tem a percorrer e não apenas o comodismo da espiral hindu ou mesmo do yin-yang taoísta. O taoísmo é uma simplificação, útil mas simplificação, necessariamente redutora, dos dados vibratórios obtidos no TCP.

Das escolas esotéricas em voga, o menos que se pode dizer é que nos dão lebre por gato. Porque se nos dessem gato, ainda bem: o gato é um dos animais sagrados do antigo Egipto e, além disso, ou por causa disso, uma das presenças energéticas mais higiénicas (terapêuticas) que se podem ter no nosso ambiente, no nosso colo. As tais escolas, o que nos dão, mesmo, é lebre por gato: o que, para vegetarianos convictos, não deixa de ser inquietante.

A ilusão cármica é o alibi mais frequente para tentar justificar o nosso comodismo e o nosso incurável desejo de conforto material. Em nome sempre de uma grande «espiritualidade». Já repararam, com certeza, e poderão confirmá-lo através do Pêndulo, que com o carma justificamos não só o nosso imobilismo - com tintas de fatalismo e subserviência às autoridades - como nele nos refugiamos para fazer face aos stresss violentos que esta vida, demasiado estúpida, que nos impuseram, nos obriga a sofrer.

Só há um caminho que não é de ilusão para fazer face ao stress dos embates violentos: é a transmutação alquímica da célula que, diga-se de passagem e desde já, nada tem a ver com a ilusão da alquimia operativa, com toda uma cenografia de atanores, slides coloridos, fornos e almofarizes, com que os oradores e distintos conferencistas nos continuam a chingar a paciência. Verdade seja que também essa alquimia de cenário já chegou até nós pelas mãos de gente com responsabilidade nos meios de iniciação espiritual. O que só vem comprovar a tese dos que pensam que a melhor forma de afundar o ser humano na tragédia da matéria mais abjecta é dar-lhe pozinhos de perlimpim e ciências espirituais ou iniciáticas aos quilos e a cinco mil paus à hora.
Guardai-vos, amigos, dos profetas que montam banca ao virar da esquina. E de que hoje as esquinas estão cheias.
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