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Wednesday, March 21, 2007

SILENCIAMENTOS 1995

1-3-Irac- 1>=inéditos de ac revalidáveis

23-11-1995

Gabinete de Ideias

TEMAS DE REPORTAGEM S/ AMBIENTE E PLANEAMENTO

1 - Extermínio de gaivotas nas Berlengas - Autor da ideia: Humberto Rosa, presidente da Associação de Biólogos das Comunidades Europeias - Nada melhor do que um cientista em particular e do que um biólogo em geral para assassinar a vida e verter logo a seguir um enxundioso relatório explicando as razões científicas do assassinato - Pôr a claro e em público as «razões» que assistem ao senhor Rosa para preconizar a matança das Berlengas - Ainda há superpopulação nas Berlengas? - Houve ou não houve holocausto perpetrado por Rosa?
Ver notícias nos jornais de 5/5/1989

2 - Vulnerabilidade do País, nomeadamente Cabo Ruivo (zona de alto risco de Lisboa) ao chamado, pela CEE (15/Maio/1980) «acidente máximo». Falava-se então em legislar sobre. Legislou-se? Quantos acidentes «máximos» se deram entretanto? Quantos são susceptíveis de vir a dar-se?
1979 irá repetir-se? Los Alfaques, Three Mile Island, petroleiros «Tanio» e «Amoco Cadiz», Ixtoc-Um (Golfo do México) são desse ano? Estaremos bem aqui? Poderão vir os bombeiros socorrer-nos, com as obras da Expo 98que estão obstruindo as vias desde 1994?
Que organismo superintende e responde (é responsável) em caso de catástrofe máxima?
(Ver inédito de AC revalidável Nº 2)

3 - Presença de radioactividade no Oceano Atlântico: quando baleias ou golfinhos ou tartarugas gigantes vêm morrer às nossas costas, a notícia dá imagens nos jornais e telejornais. E pronto. Todo o mundo descansa tranquilo. Esses e outros sintomas de poluição petrolífera e radioactiva no Oceano Atlântico são silenciados como é silenciada a presença de altos teores de radioactividade em água do Tejo e, portanto, da Barragem do Castelo do Bode, e portanto da água que abastece Lisboa e arredores.
Mais um silenciamento que todos os dias bebemos das torneiras. Com o proveito que daí se pode deduzir para a chamada «saúde pública», que é sempre, afinal, um conjunto de «saúdes individuais».
(Ver inédito de AC revalidável Nº. 3)

4 - Planeamento de recursos - Outra face dos recursos hídricos: os recursos piscícolas de água doce, os peixes mortos nos rios - Campanha de «mentalização» s/ vantagens da Aquacultura, surge como demagogia que tenta esconder o extermínio de espécies pela poluição industrial - Exemplos dados por França (Centro de Pesquisas) e Canadá (produz salmões por fecundação artificial) entusiasmam os neo-piscicultores portugueses - Novos aviários (de peixes) vão nascer - Enquanto a tecnocracia continua o holocausto das espécies a que chama progresso industrial, a sua aliada Biocracia tenta repor ou fabricar em retorta de laboratório, mercê da Biotecnologia, o que a indústria vai matando - Quando, entre plantas e animais, há mais espécies destruídas do que sobreviventes , a Biocracia anuncia, triunfal,
o Banco de Genes,
os Laboratórios de Melhoramentos de Plantas,
a Aquacultura (a vida em estufa!) ,
a luta biológica contra as pragas,
os enxertos de órgãos e transplantações,
etc.
Indústria da Aquacultura: a outra face do silenciado do biocídio.
Quem responde por mais este silêncio?
Que organismos estão «investigando» a aquacultura?
Algures na Ria de Alvor, projectava-se instalar um centro-piloto: instalou-se ou ficou-se tudo pelas promessas?
(Ver IR4 e IR7)

5 - A Água como problema de carência - Porque não cai do céu - Porque se polui a que existe na terra - Porque se esgota o que se tira do sub-solo - Se de recursos físicos (e nem só humanos) se fala, a destruição das reservas hídricas pela industrialização é o efeito mais óbvio e catastrófico das indústrias que, por sua vez, para laborarem precisam cada vez mais de cada vez mais água limpa . Quando chega a hora da indústria se queixar, é porque as populações já antes nem se queixaram.
Quem responde por mais este silêncio? (Apesar do aparente barulho sobre água a recursos hídricos)
Que organismo? Que Governo? Que técnico?
Exemplo entre outros: só a fábrica de pasta de Celulose da empresa nacionalizada Portucel gasta oito vezes mais água que a cidade de Setúbal.
Ver inédito de AC de 3 páginas - IR5

6 - A classe dos pequenos agricultores - mais um recurso humano em vias de extinção - Não é só o gasoduto que expulsa os pequenos agricultores dos seus lugares - Desde o 25 de Abril de 1974, a campanha contra a pequena agricultura não tem parado de se desenvolver.
Em 1980, as estatísticas da Grécia proclamavam, com grande glória, «um agricultor menos por minuto» (1960-1981).
Quem responde em Portugal, hoje, pelo extermínio de mais esta classe - a dos agricultores?

7 - Biodiversidade - Os recursos vivos vegetais em processo de extinção - Uma notícia de Novembro de 1979 ficou silenciada, apesar de ser decisiva para a sobrevivência da vida sobre o Planeta: Um «banco de genes» para salvar plantas em perigo de extinção vinha nessa altura a ser desenvolvido pelo biólogo Dr. Harold Koopowitz, da Universidade da Califórnia , Irvine, desde 1976.
As espécies vegetais continuam a desaparecer a um ritmo alucinante: ouviram mais alguma notícia sobre o dito «banco de genes»?
Quem responde por este silenciamento?
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que alegremente dava a notícia em Outubro de 1979?

8 - Produz-se ou não se produz Dioxina em Portugal? Antes que o assunto ficasse esclarecido, em 1976 (depois de Seveso) caiu no esquecimento e no silêncio. O jornal «Portugal Hoje» publicou um artigo intitulado «Seveso nunca existiu», parcialmente transcrito na revista «Come e Cala».
No inédito IR8 escrevia AC em 6/Março/1981:
«Se for satisfeita a exigência da federação Europeia dos Sindicatos Agrícolas (EFA) para proibir totalmente nos países do Mercado Comum o pesticida «2-4-5-T», aumentam as probabilidades de vir a ser instalada em Estarreja a fábrica da Triclorofenol» , que é a base de produção de uma série de pesticidas, incluindo o «agente laranja», famoso desde a guerra do Vietname onde os norte-americanos fizeram largo uso dele sobre as populações.»
Inéditas, fatalmente inéditas, ficaram 4 páginas sobre mais este silêncio.
Quem responde, hoje, por mais este silêncio?
Talvez a Quimigal que projectava, em colaboração com a empresa UpJohn, fazer essa instalação em Março de 1981.

9 - Aliás, a UpJohn é incontornável (como hoje se diz) em termos de venenos para o ambiente. Construiu em estarreja a maior e mais moderna fábrica de poliuretanos, sempre com a ajuda amistosa da nossa Quimigal.
Uma das matérias-primas - o Sal - tem que ser importada, porque o Sal foi um dos recursos naturais que a industrialização foi destruindo. Ou então mira-se a Ria de Faro como potencial fornecedor dessa matéria-prima : o namoro estava no auge em 1981. E em Agosto de 1976 diziam os jornais: « Mais de um terço das marinhas na Ria de Aveiro encontram-se abandonadas»
Desde o cloro que os serviços municipais mandam pôr na água de beber até à Dioxina que os americanos jogaram sobre os vietnamitas para os desfolhar, tudo se pode extrir do Sal...
Quem superintende no sal que há e não há?
Quem responde a mais este silêncio?
(Ver IR9)

10 - Praga decorrente da industrialização, é a das indemnizações a dar ou não dar, aos que se querem desalojar dos sítios onde a indústria tem que assentar arraiais - Uma outra forma de destruir recursos humanos - Para calar os vizinhos, cinco companhias aéreas deveriam indemnizar os vizinhos do aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle (9/Junho/1982) - Os afectados do século XX

11 - Uma questão de recursos humanos - As doenças do Progresso - Inventário das patologias provocadas pelo chamado «progresso» (crescimento industrial) a que outros chamam «modernização»:
poluição,
pobreza,
assimetrias sociais,
bairros da lata nas periferias,
lumpen-proletariado,
greves,
sub-alojamento,
congestionamento do espaço,
doenças de stress,
alcoolismo,
prostituição,
toxicomania,
delinquência juvenil, etc.

12 - Tanto na berra , em governos socialista e do PSD, caiu num buraco de onde ninguém, dos socialistas, o conseguiu ainda tirar: Veiga Simão, que tanto mandou vir a favor das Celuloses e da central nuclear em Portugal, nunca mais foi visto nem achado na sua meritória campanha.
Silenciou.
Fizeram-lhe o mesmo que ele fez aos 8 projectos de energias alternativas que conseguiu levar da Direcção Geral de Energia para o LNETI e que , um a um, conseguiu fazer abortar, para que nunca mais em Portugal se falasse de energias renováveis.
Quem silenciou este silenciador?
Quem responde por mais este duplo silêncio?
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